Homem denuncia sumiço dos restos mortais da mãe em cemitério público de Dourados
Idosa comprou terreno no Bom Jesus em 2001 e foi sepultada em 2007
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Idosa comprou terreno no Bom Jesus em 2001 e foi sepultada em 2007
Em setembro de 2001, quando adquiriu um terreno no Cemitério Bom Jesus, a aposentada Delaide Lopes Rodrigues recebeu da Prefeitura de Dourados, município distante 228 quilômetros de Campo Grande, documentos que lhe garantiam a perpetuidade da posse do local onde poderia ser sepultada após a morte, que ocorreu em 2007. No entanto, há aproximadamente 15 dias a família dela descobriu que o túmulo no qual houve o sepultamento está coberto por outra estrutura. Para piorar, nenhuma autoridade soube dizer, até agora, sequer onde foram parar os restos mortais dela.
“Estão desenterrando os restos mortais das pessoas sepultadas no Cemitério Bom Jesus sem comunicar os familiares, de pessoas que não construíram nada em cima. E estão jogando fora. Ninguém sabe onde está”, denuncia o aposentado José Lopes Rodrigues, de 51 anos, filho de Delaide.
Revoltado com a situação, ele informou que há aproximadamente 15 dias uma sobrinha foi ao cemitério e percebeu que havia mudanças no local onde sua mãe foi sepultada. Sem a cruz, número ou qualquer outro tipo de identificação, o terreno no lote 2914 da quadra 06 do setor 07, com a metragem de 2.30 x 1.10m, já não é mais ocupado pelos restos mortais de quem o adquiriu com direito perpétuo em 2001.
Ao tomarem conhecimento disso, os familiares de Delaide foram até o cemitério pedir explicações. Foi aí que a situação ficou ainda pior: ninguém soube explicar onde foram parar os restos mortais daquela senhora e nem de um filho dela, Benedito Alves Rodrigues, que faleceu no dia 13 de maio de 2007 e foi sepultado num terreno no “lote número 2156 da quadra número 10 do setor número 07 com a metragem de 2.30 x 1.10 metros”, conforme os documentos aos quais a reportagem teve acesso.
“Eu queria ver se eles fizessem isso com a mãe de um desses que autorizou fazer isso. Isso não se faz, jogar como se fosse qualquer coisa. Minha mãe comprou esse terreno, pagou e tenho os documentos. Isso é desumano. Quero saber onde colocaram os restos mortais da minha mãe e do meu irmão”, desabafa Rodrigues.
Procurado pela reportagem, Márcio Wagner Katayama, secretário municipal de Serviços Urbanos, pasta responsável pela administração dos cemitérios públicos do município, aconselhou essa família a conversar com ele pessoalmente já na próxima segunda-feira (12), na secretaria.
Ele explicou, contudo, que a legislação municipal prevê casos de perda do título referente ao terreno nos cemitérios municipais. “No terreno tem que ser feita benfeitoria em cinco anos de adquirido. Após esse período, se não tiver benfeitoria, ele perde o direito ao título e os ossos são recolhidos ao ossuário”, pontuou o secretário. Segundo ele, nesses casos não há comunicação à família.
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