Greve dos educadores entra no 4º dia letivo em Dourados
Sindicato da categoria critica falta de compromisso do prefeito
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Sindicato da categoria critica falta de compromisso do prefeito
A Rede Municipal de Ensino de Dourados, município a 228 quilômetros de Campo Grande, tem nesta terça-feira (28) seu 4º dia letivo afetado pela greve dos educadores. Não há consenso sobre o número de escolas fechadas, já que os grevistas apontam mais de 18 unidades e a prefeitura reconhece que apenas oito ficaram sem aulas.
Organizada pelo Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados), a greve por tempo indeterminado teve início na quinta-feira (23). O motivo, segundo Gleice Barbosa, que preside a entidade sindical, é a falta de compromisso do prefeito Murilo Zauith (PSB), a quem acusa de não cumprir acordos firmados com os trabalhadores em 2014.
“Na educação temos dois segmentos: professores e servidores administrativos. Os professores tinham um acordo de política salarial firmado em 2014 que não foi cumprido e os administrativos não tiveram nem o reajuste salarial do ano passado, estão sequer com a reposição inflacionária do período”, explicou Gleice.
A líder sindical lembra que em 2014, duas greves foram deflagradas pelos educadores. A primeira delas, de 17 de julho a 1º de agosto, e a segunda em novembro, que já no primeiro dia foi encerrada porque o prefeito, enfim, aceitou negociar. Foi nessa ocasião, segundo Gleice, que Zauith firmou os acordos que deixaram de ser cumpridos agora. “Ele deveria ter cumprido em abril deste ano, mas agora diz que só o fará em outubro”, queixa-se.
Como já havia sido informado pelo Simted, as reivindicações da categoria incluem “a incorporação do Adicional de Incentivo ao Magistério Municipal, que deveria ter sido pago a partir de 1º de abril; o pagamento do percentual da diferença do Piso para 20 horas em outubro, negociado durante a greve de 2014 e previsto em lei desde então; e a reposição da inflação ao grupo administrativo, sem correção desde 2015, mesmo havendo a previsão constitucional”.
Ao Jornal Midiamax, o secretário municipal de Agricultura Familiar e Economia Solidária, Landmark Ferreira Rios, alegou que a prefeitura sempre esteve aberta ao diálogo e disse que na sexta-feira, durante reunião com representantes do Simted, membros da administração municipal informaram aos sindicalistas que o prefeito quer a greve suspensa para poder negociar.
Landmark afirmou que em abril deste ano a prefeitura concedeu 11.36% de reajuste para os educadores. Segundo ele, faltam 20% de incorporação da regência e 1/5, compromissos que devem ser cumpridos até outubro. “Os números estão à disposição do sindicato para eles analisarem e verem o impacto na folha do município. O prefeito está com responsabilidade muito grande sobre o comprometimento da folha que ele vai entregar para o próximo gestor”, pontuou.
Mas a presidente do Simted contesta. Segundo Gleice, o prefeito nem ao menos recebe os trabalhadores para negociar. “Há um ano e meio tentamos diálogo e agora chegamos nessa situação de extrema dificuldade. Nessa administração não houve qualquer avanço na educação, tanto para trabalhadores quanto para usuários”, avalia a sindicalista.
Ao todo, Dourados tem 28 mil estudantes matriculados em 45 escolas municipais e 35 centros de educação infantil, os Ceims.
Desde sexta-feira, conforme o Simted, o número de escolas fechadas pela greve passou de 18; são unidades na área urbana e na Reserva Indígena. E dos Ceims, três estariam com funcionamento normal e outros três de forma parcial, com atuação somente de estagiários, o que é irregular, segundo os grevistas.
Já a prefeitura não confirma esses números. Na segunda-feira (27), de acordo com o secretário municipal de Agricultura Familiar e Economia Solidária, apenas oito escolas ficaram sem aulas por causa da paralisação dos educadores.
Na segunda-feira, durante reunião na Câmara de Vereadores durante a manhã, o presidente da Casa de Leis, vereador Idenor Machado (PSDB), propôs aos sindicalistas disponibilizar um profissional técnico contábil para auxilia-los nas análises dos números relativos às receitas municipais destinadas à educação. Seria esse um meio de comprovar a viabilidade ou não do atendimento às reivindicações da categoria. Na sessão que ocorreu à noite, a presidente do Simted usou a tribuna livre para reforçar a luta da categoria que representa.
Nesta terça-feira (28) o Simted realiza assembleia para discutir os rumos da greve.
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