Governo mantém aula em escola de professor que morreu vítima da gripe A

​Pais reclamam da ação e temem contágio dos filhos

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​Pais reclamam da ação e temem contágio dos filhos

A SED (Secretaria Estadual de Educação) não irá suspender as aulas na Escola Estadual em Tempo integral Amélio de Carvalho Baís, localizada no Coophatrabalho, onde lecionava o professor Edevaldo Souza Prado, de 57 anos, que morreu vítima do vírus H1N1. A informação foi confirmada pela assessoria, mesmo após reclamação de pais que temem a contaminação dos filhos.

O secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares, descartou nesta quarta-feira (18) que Mato Grosso do Sul passa por um surto do vírus Influenza A H1N1, mas afirmou que a população precisa se cuidar. Ele disse que a SES (Secretaria de Estado de Saúde) está enviando equipes técnicas aos locais de notificação e registro de óbito para avaliar a necessidade ou não de interrupção de atividades em algumas instituições.

No boletim epidemeológico divulgado na tarde de hoje já foram confirmadas 20 mortes em todo o Estado causadas pelo vírus Influenza A H1N1, Influenza A H3N2 e Influenza B, número que quase triplicou em relação ao mesmo período de 2015, quando o total chegava a sete óbitos.

Um pai, que preferiu não se identificar, destaca que as aulas deveriam ser suspensas por um período para que seja descartado o risco de contaminação pelo vírus. “Acho que não poderia ficar assim. Não seria o caso da escola cancelar as aulas até sexta-feira e cada um se monitorar em casa?. Já avisaram que vai ter aula normal. Não vão nem fazer um mutirão para pelo menos limpar a escola, desinfetá-la. E e outros pais estamos extremamente chateados com esse descaso”, observa.

“Este professor na sexta-feira (13) deu aula para mais de cem alunos, ele estava tossindo e espirrando muito. A escola ficou exposta e não foi feito nenhum acompanhamento pela secretaria de saúde”, comenta outro pai.

Para o médico infectologista, José Ivan Aguiar, a suspensão das aulas, sugeridos por alguns pais, não seria uma medida a ser aplicada neste caso.

“Entre ser transmissor e ter transmitido o vírus é muito diferente. É preciso esperar e ver se outras pessoas apresentam os sintomas. Se tiver evidências de que ele transmitiu a doença, seria válido suspender as aulas, mas não se tem outros registros, então, seria uma medida enérgica, ineficaz. Deve-se estabelecer vigilância próxima para saber se alguém adoeceu e reforçar as medidas de prevenção”, pontua.

O militar, Luis Carlos, 46 anos, mora na Rua Quebracho, que fica próxima a escola e está procupado com o ocorrido. “A preocupação aumenta sim, porque a doença é perigosa, e quando a morte é muito perto que a gente percebe que corremos risco”, disse.

O dono de uma borracharia na frente da escola, não quis se identificar, mas disse que nem sabe direito o que é H1N1 e nem de que forma que pega, e como aconteceu ali poderia ter acontecido em qualquer lugar, por isso não fica preocupado.

Nesta manhã, questionada a respeito das precauções que devem ser adotadas em relação ao caso, a assessoria de comunicação da Sesau, destacou que os alunos, professores e demais funcionários da escola, serão orientados a procurarem uma unidade de saúde caso comecem a apresentar os primeiros sinais da doença, além de orientações comuns para que se evite a contaminação.

A Sesau também estuda a possibilidade de imunizar as pessoas que tiveram contato com o paciente, no entanto, até o momento, o Ministério da Saúde disponibiliza vacinas apenas para os grupos de risco e não há doses disponíveis para compra nos laboratórios.

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