O causou 4,9 milhões de mortes no mundo em 2014 

Quem tem filho com diabetes em Campo Grande está sofrendo com a falta da fita de glicemia, que mede a quantidade de insulina a ser aplicada no paciente, e da própria medicação, ambas em falta nos postos de saúde da Capital. A fita, que serve para pedir a quantidade exata de insulina a ser aplicada, está em falta desde novembro. Já a inulina começou a faltar na semana passada, para desespero de mães, que estão tendo que fazer o que podem e o que não podem para manter os filhos saudáveis.

Regina da Silva Souza, 36 anos, tem uma filha de 16 anos, que desde os 9 convive com a doença. Ela conta que Luyla de Sousa, tem a diabetes há anos, e nos últimos tempos, medicar a jovem está sendo muito difícil. “Não tem nos postos. Toda semana vou procurar e nada. Estamos tendo que comprar. 50 fitas sai a R$ 97,00 e 100 fitas a R$170,00. O duro é que estou recebendo auxílio-doença, que é de R$ 880,00 ao mês, e meu marido está procurando emprego. A gente tá nessa situação”, diz, como pedido de socorro.

Segundo Regina, a situação só não está pior porque a família tem ajudado, a medida do possível, a comprar as fitas e a insulina. “Somos pobre. Moro no Jardim Noroeste. Pago aluguel. Não está fácil”, diz.

Regina ainda pontua que esta á a primeira vez que se vê em situação tão complicada. “Em outros governos faltava, mas nunca tanto tempo”, diz, contando que já procurou a Defensoria Pública para solucionar o problema.

Outra mãe, que não quer ser identificada, conta que a filha de 9 anos é portadora da diabetes tipo 1, a mais grave de todas, e que tem risco de morte. “A gente tá fazendo o impossível para comprar as fitas e a insulina. Não temos condições, minha minha filha não pode ficar um dia sem se medicar.

Defensoria Pública

Procurada pela reportagem, a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul informa que os pacientes, ou pais, que estão tentando pegar as medicações nos postos e não estão conseguindo, devem procurar o órgão para entrar com ação contra a Prefeitura. A Defensoria Pública está localizada na Rua Antônio Maria Coelho, 1668. Telefone para contato: 3317-5787.

Prefeitura

A Prefeitura de Campo Grande foi questionada do porquê as fitas e a insulina estarem em falta. Se houve algum problema no processo licitatório. Ou se está em falta no laboratório. E se há recursos para a compra do medicamento. Até o momento de publicação desta matéria, não obtivemos respostas.

Diabetes em números

O diabetes é uma das doenças crônicas priorizadas em nível global. Seu impacto inclui elevada prevalência, importante morbidade decorrente de complicações agudas e crônicas e alta taxa de hospitalizações e de mortalidade, gerando significativos danos econômicos e sociais. O diabetes causou 4,9 milhões de mortes no mundo em 2014 e foi responsável por 11% do gasto total com a saúde de adultos: um custo estimado de 612 milhões de dólares. No Brasil, essa enfermidade foi responsável por 5,3% dos óbitos ocorridos em 2011, com taxa de mortalidade de 33,7 óbitos a cada 100 mil habitantes.

Diabetes tipo 1

O diabetes tipo 1 acontece quando a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois suas células sofrem de destruição autoimune. O pâncreas perde a capacidade de produzir insulina em decorrência de um defeito do sistema imunológico, fazendo com que nossos anticorpos ataquem as células que produzem a esse hormônio.

Nesse cenário, o corpo acaba atacando as células que produzem insulina por não reconhecerem mais elas como sendo da pessoa. O diabetes tipo 1 ocorre em cerca de 5 a 10% dos pacientes com diabetes. Os portadores de diabetes tipo 1 necessitam injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais e há risco de morte se as doses de insulina não são dadas diariamente.