Demissões aumentaram e contratações estão paradas

                  

Conversando com os comerciantes da região central de Campo Grande, o que mais se escuta é sobre o fraco movimento nas lojas e os cortes de funcionários que alguns estabelecimentos estão fazendo. Em tempos de crise econômica, os empresários estão optando por manter a equipe do jeito que está, sem novas contratações, ou em alguns casos, dispensando os funcionários para cortar os gastos.

De acordo com os números do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande, no período de 04 de janeiro a 19 de abril, 1443 demissões ocorreram no comércio. Falando em nível estadual, Mato Grosso do Sul registrou uma leve recuperação de 0,04% em março, mas nos últimos 12 meses 11.597 trabalhadores ficaram sem emprego, segundo dados Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pelo Ministério do Trabalho.

“Meu patrão não está contratando nenhum funcionário há tempos, mas também não demitiu ninguém. Aqui no centro da cidade algumas lojas estão fechando, todos os dias recebemos vários currículos, o movimento está baixo nas vendas porém muita gente está a procura de emprego, a situação não está fácil” comentou a vendedora Elaine Moreti, 30. Outro fator levado em conta pelo gerente comercia Daniver Mendes, 23, é que os funcionários também pedem para sair do comércio assutados com a falta de fluxo no comércio. “Nós não contratamos nem os vendedores freelas que estavam previstos para os dias das mães, estamos cortando todos os gastos. Entra mais gente procurando emprego na loja do que cliente ultimamente. Não vamos contratar ninguém e nem demitir, a situação está crítica”, afirmou.

Enquanto a maioria prefere não mexer no quadro de funcionários, algumas estão com vagas abertas, entretanto, como o foi comentado acima, a rotatividade dos trabalhadores é grande, pois vendo a baixa nas vendas, a alternativa é buscar serviço em outra área. “É complicado pra quem é vendedor, como é comissionado diante das vendas, o salário em épocas de falta de dinheiro vem bem pouco, vou esperar passar essa má fase, sou otimista, as coisas vão melhorar”, acredita.