Grevistas criticam prefeito Murilo Zauith por não cumprir acordo
Deflagrada no dia 23 de junho, a greve dos educadores persiste em Dourados, município a 228 quilômetros de Campo Grande. Nesta segunda-feira (1), professores e servidores administrativos do setor protestam na Rua Joaquim Teixeira Alves, área central onde ficam as principais agências bancárias da cidade. São entregues panfletos à população com informações sobre os motivos do movimento grevista.
“O prefeito Murilo Zauith deixou de considerar os recursos recolhidos pelo ITR – Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural nas receitas da saúde e educação, como demonstra o Relatório Financeiro de Execução Orçamentária, publicado no Diário Oficial do Município de Dourados, no dia 30.05.2016”, consta em panfleto entregue pelos trabalhadores e trabalhadoras da educação municipal.
A categoria, organizada pelo Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados), afirma que prefeito de Dourados omitiu R$ 600 mil de arrecadação de ITR. “Esse imposto é obrigatoriamente pago pelos proprietários rurais do município de Dourados, como Itahum, Vila Vargas, Panambi, Picadinha, Vila São Pedro, Guaçú, Indápolis, Formosa e outros. Como Dourados é uma cidade com economia baseada no campo, apresenta uma arrecadação considerável desse imposto, que deveria ser revertida para a saúde e educação do nosso município”, afirmam os educadores.
Esse questionamento é feito porque, segundos educadores de Dourados, Zauith não cumpriu acordos de valorização salarial firmados em 2014 e argumenta incapacidade financeira ocasionada pela queda da arrecadação municipal. Na sexta-feira (29), os grevistas entregaram panfletos no terminal de transbordo, para explicar à população que “alguns servidores não recebem a reposição da inflação há cerca de dois anos e, nos casos mais graves, os salários não chegam sequer a um salário mínimo”.
No início de julho o prefeito de Dourados publicou decreto a determinar contenção de gastos na administração municipal. As “medidas administrativas imediatas para redução de despesas com pessoal” objetivam reduzir em 20% os custos da máquina pública, justamente para evitar problemas futuros com a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
A greve na educação afeta parcialmente as aulas de 28 mil estudantes matriculados em escolas e creches do município.