Em greve e sem respostas do prefeito, educadores protestam na prefeitura
Paralisação deixa quase 28 mil estudantes sem aulas
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Paralisação deixa quase 28 mil estudantes sem aulas
Os educadores de Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande, decidiram protestar contra o prefeito Murilo Zauith (PSB) o mais próximo que conseguiram do gabinete dele. Na manhã desta quinta-feira (23), dia em que deram início a uma greve por tempo indeterminado, professores e servidores administrativos da rede municipal de ensino decidiram em assembleia promover uma manifestação no CAM (Centro Administrativo Municipal), para onde já estão a caminho.
Organizado pelo Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados), o movimento grevista reivindica o cumprimento de acordos já assumidos pelo prefeito, como pagamento de piso salarial dos professores para uma jornada de 20 horas e o reajuste para o grupo administrativo.
Na quarta-feira (22), uma reunião realizada na prefeitura buscou um acordo entre a administração municipal e os educadores. Mas não houve avanço, já que o poder público alegou falta de recursos. Essa é a 4ª greve que Zauith enfrenta desde que assumiu o comando do município, em 2011. A primeira, ocorreu em 2013. No ano seguinte, 2014, foram duas paralisações, a maior de 17 de julho a 1º de agosto e em seguida, uma em novembro que só durou um dia, porque o prefeito correu para negociar.
Segundo a presidente do Simted, Gleice Barbosa, que ocupava a vice-presidência do sindicato na diretoria anterior, o descontentamento da categoria é motivado pela falta de compromisso demonstrada pelo prefeito ao longo dos anos, que assume acordos em não os cumpre. O reajuste salarial e efetivação do PCCR (Plano de Cargos Carreiras e Remunerações), por exemplo, deveria ter ocorrido no 1º de abril, conforme acordo previamente firmado e lei aprovada pela Câmara de Vereadores. Mas até hoje isso não aconteceu. Para piorar, Zauith não mantém diálogo com os trabalhadores, segundo a líder sindical, que revela ofícios sem respostas encaminhados pela entidade sindical ao gestor público.
Dentre as pautas defendidas pelos educadores, estão “a incorporação do Adicional de Incentivo ao Magistério Municipal, que deveria ter sido pago a partir de 1º de abril; o pagamento do percentual da diferença do Piso para 20 horas em outubro, negociado durante a greve de 2014 e previsto em lei desde então; e a reposição da inflação ao grupo administrativo, sem correção desde 2015, mesmo havendo a previsão constitucional”.
A greve afeta 28 mil estudantes da rede municipal de ensino, composta por 40 escolas e 35 centros de educação infantil, como são chamadas as creches. O Simted informou que entre os mais de três mil professores – efetivados e contratados -, além de 1.200 servidores administrativos, há forte adesão ao movimento grevista já nesse primeiro dia de paralisação.
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