“Está completamente regular”, diz  presidente do Cref

O Cref (Conselho Regional de Educação Fisica) isentou a academia Smart Fit de qualquer responsabilidade na morte de Nuno José Lamela da Costa, de 44 anos. Aluno da academia, ele morreu na manhã desta quinta-feira (11), depois de uma parada cardiorrespiratória, em uma das filiais da rede, localizado no Shopping Norte e Sul Plaza, em Campo Grande.

De acordo com o presidente do Cref, Ubiratan Brito de Melo, a morte de Nuno foi uma fatalidade, já que a academia sempre acatou orientações do Conselho. “A academia está completamente regular e não tem nenhuma pendência junto ao conselho”, relata. De acordo com Ubiratan, até mesmo o desfibrilador utilizado para fazer o socorro do aluno, pertencia a Smart Fit. Além disso, quando fez sua matrícula, Nuno, que tinha problemas cardíacos, apresentou um laudo médico que o autorizou.

Mesmo com toda a documentação em ordem, o caso da morte de Nuno será levado até o conselho de ética do Cref, que dará um parecer final sobre o fato.

Ubiratan lembra que para não ter problemas na fiscalização, todas as academias devem ter o registro em dia com o Cref, para isso, é preciso disponibilizar aos clientes equipamentos com boas condições de uso, profissionais registrados no conselho, além de cumprir a legislação interna da instituição. Itens devidamente cumpridos pela academia onde Nuno morreu.

Em nota, a Smart Fit lamentou o acontecimento, e disse que prestou atendimento imediato a Nuno, e acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para que o aluno fosse encaminhado para o hospital. O texto lembra que a academia cumpre a Lei Municipal 3,621/1999, que obriga as academias a manter, durante todo o horário de funcionamento, um professor de educação física.

Saúde

Segundo o cardiologista Celso Rafael Codorniz, especialista há mais de 30 anos, é quase nula a chance de uma pessoa que não tenha problemas cardíacos morrer em decorrência de exercícios físicos. “Se o coração está sadio, se a pessoa não tem nenhum problema, ela não morre fazendo esforço físico. Essas mortes só acontecem com pessoas que tem deficiências cardíacas confirmadas, ou com aquelas que têm e não sabem”, afirma.

O que mais mata durante o esforço físico, cerca de 80 % dos casos, são as doenças coronarianas, explica. Neste caso, placas de gordura crescem e acumulam-se nas paredes dos vasos sanguíneos, que, em seguida, provocam infarto.

Codorniz  observa que dificilmente uma pessoa é proibida de fazer exercícios físicos, já que a atividade também auxilia na recuperação. O fator determinante, conforme o médico, é a intensidade da prática. “O problema teria que ser muito grave para uma pessoa ser impedida de fazer exercício”, finaliza.

O caso de Nuno José foi registrado na Depac Piratininga como morte a esclarecer, e deverá ser encaminho para o 5° Departamento de Polícia, responsável por dar prosseguimento às investigações.