Servidor já demitido é principal suspeito
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Mato Grosso do Sul destacou um conselheiro para acompanhar a investigação de desvio de dinheiro apreendido na 3ª Vara da Justiça Federal em Campo Grande, que cuida dos crimes de lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro nacional.
Ao tomar conhecimento do assunto, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), Mansour Karmouche, informou que irá designar o conselheiro estadual Fábio Nogueira da Costa para acompanhar e apurar as denúncias de perto. “A OAB/MS irá cobrar providências para investigar o caso e punir o responsável, respeitando o devido processo legal e o contraditório”, declarou Karmouche.
Para o conselheiro definido para a acompanhar a apuração, os fatos que determinaram a correição são ‘gravíssimos”. “E serão acompanhados com absoluta dedicação, em estrito cumprimento ao papel institucional da OAB”.
Em razão das denúncias, foi antecipada a pedido do juiz titular da Vara, correição que estava prevista para o fim do mês na unidade da Justiça Federal. O trabalho começa na próxima segunda-feira (22). Enquanto a vistoria durar, os prazos e audiẽncias estarão suspensos. Até as férias dos servidores já programadas serão interrompidas.
O principal suspeito de desviar recursos é ex-diretor de secretaria Jedeão de Oliveira, que foi demitido no final de junho pelo juiz Odilon de Oliveira, titular da Vara. Jedeão trabalhava com o magistrado há 21 anos, em um cargo comissionado.
Conforme a reportagem apurou, os valores sumiam quando da transferência para a custódia, normalmente feita na Caixa Econômica Federal. Depois da descoberta dos desvios, foram adotadas medidas para que esse processo seja mais rigoroso. Não vai ser aceita mais, por exemplo, assinatura digital para a transferência dos valores à custodia do banco.
A correição que será realizada na Vara é a cargo da Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, responsável por Mato Grosso do Sul e São Paulo. O Tribunal foi procurado, para falar das suspeitas, mas a informação dada é que o processo todo corre em sigilo.
O Jornal Midiamax apurou que o ex-diretor de secretária é alvo de processo administrativo. Ele foi procurado pela reportagem, mas não respondeu as mensagens. Na terça-feira, ele excluiu a página do Facebook que mantinha.
Jedeão era o único servidor da Justiça Federal em Campo Grande que detinha cargo em comissão sem ser concursado.
