​Com obras sob suspeita, ‘buracolândia’ castiga população em Campo Grande

Buracos são fechados em um dia e ‘renascem’ no outro, dizem moradores

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Buracos são fechados em um dia e ‘renascem’ no outro, dizem moradores

Enquanto obras públicas realizadas por empreiteiras em todo Mato Grosso do Sul viraram caso de polícia com a Operação Lama Asfáltica, em Campo Grande a população ainda amarga o drama de conviver com a ‘buracolândia’ que se instalou na cidade. O serviço de manutenção das vias também é investigado desde que o Jornal Midiamax denunciou suposto ‘tapa-buracos fantasma’ e, segundo a Prefeitura, as licitações recentes enfrentam dificuldades para serem concluídas. Enquanto isso, as ruas se desfazem.

Diariamente são feitas queixas ao Jornal Midiamax de pessoas que tiveram as rodas do carro estragadas, pneu furado e até acidentes com ferimentos. Percorrendo bairros da Capital, dá para ver que o problema não é exclusividade de uma região ou de bairros mais afastados. De norte a sul, as crateras, algumas profundas, dominam as ruas. Para piorar, a população diz não entender como os buracos são fechados em um dia e logo depois voltam a se abrir, principalmente, nos últimos tempos, com a chuva. 

​Com obras sob suspeita, 'buracolândia' castiga população em Campo GrandeNa Avenida Três Barras com a Rua Antônio Alves, os motoristas que seguem no sentido bairro-centro, têm de reduzir a velocidade para passar entre dois buracos. Quem conhece o local, já pegou a prática, mas quem não conhece, quase cai na cratera. Dono de uma borracharia a poucos metros dos buracos, Sonny Oliveira Rodrigues, diz que até se sente constrangido com as piadinhas que ouve. “Chegam aqui e dizem que fui que abri o buraco para ter clientes”, conta. 

Segundo Rodrigues, os buracos foram tampados por uma equipe da Prefeito há menos de duas semanas, mas com as chuvas, as crateras voltaram a se abrir. Ele a outros moradores da região também já tentaram tampar os buracos com pedras, mas com a chuva e os carros passando, os ‘remendos’ não duram muito.

​Com obras sob suspeita, 'buracolândia' castiga população em Campo Grande

“O pior é dia de chuva, porque com água, quem passa não vê o buraco. Corte no pneu e aro amassado, é o que mais acontece. Fica até difícil garantir o meu serviço. Já aconteceu de um cliente sair com o pneu novo e retornou em seguida, porque passou no buraco e estragou”, diz. 

Carandá Bosque

Os bairros nobres também não escapam da ‘buracolândia’. No Bairro Carandá Bosque, região norte de Campo Grande, depois de muitos transtornos, os buracos da Avenida Hiroshima foram tampados, mas é só fazer a conversão e entrar na Avenida Aracruz, para quase cair na cratera.

Em aproximadamente 30 metros, foi possível contar 12 buracos, isso antes da chuva da madrugada da terça-feira (7). 

Nova Lima

Rua Jerônimo de Albuquerque, no Nova Lima. Sem asfalto e com um buraco no meio da via (Cleber Gellio)Na Rua Jerônimo de Albuquerque, no Bairro Nova Lima, no dia 18 de fevereiro, uma chuva de aproximadamente 40 minutos alagou a via, arrancou o asfalto e em alguns pontos abriu crateras próximos ao meio-fio.

O local continua sem asfalto e com um buraco de aproximadamente 40 centímetros de profundidade. Dona de uma mercearia, Marilda Ribeiro Werner, diz que quase quatro meses depois, pouco foi feito pelo poder público. 

“O pessoal do esgoto veio medir, a Prefeitura veio logo que o asfalto saiu, mas depois, não voltou mais. Está ficando cada dia pior. Daqui a pouco, vai levar a minha calçada. Quando chove, o problema é o barro, quando está seco, é a poeira. Olha as minhas mercadorias como estão”, diz a comerciante. 

Conforme a Prefeitura da Capital, a Avenida Jeronimo de Albuquerque  está no cronograma de restruturação asfalta que já está em fase de licitação. “Mesmo assim a avenida já recebeu a operação tapa-buraco”, diz a Prefeitura.

Tiradentes

No Tiradentes, dá para ver que que buracos foram tampados, mas que outros já apareceram (Wendy Tonhati)No Bairro Tiradentes, nas duas principais avenidas, os motoristas tem de fazer malabarismos para conseguir seguir sem cair nos buracos.

Na Marques de Pombal com a Rua Antônio Pinto de Barros, é possível ver que os buracos já foram tampados, mas que outros abriram no local. Por conta disso, a velocidade na via é reduzida.

Nos horários de pico, uma fila de carros se forma. Na Marques de Lavradio, que é mais estreita e possui maior fluxo, para desviar da cratera, os motoristas tem de invadir a faixa contrária para não danificar a roda. 

Jóquei Clube

No Jóquei Clube, região sul da Capital, no cruzamento das ruas Estevão Alves Ribeiro com a Pedro de Toledo, perto do posto de saúde da cidade, os próprios moradores colocaram pedras nos buracos. Mesmo assim, quem passa pelo local tem que ficar atento. Morador da região, Belchior Braga diz que a maioria das ruas estão neste estado e que no último ano, aumentaram o número de crateras. “Tem que ficar desviando e fazendo malabarismo. Se não prestar atenção, amassa a roda mesmo. Eu que ando de moto, tem que ficar atento. A Prefeitura não dá conta não. A cidade é muito grande”. No Jóquei Clube, buracos estão por toda a parte (Cleber Gellio)

A Prefeitura de Campo Grande, informou por meio de nota ao Jornal Midiamax, que na verdade, não é o mesmo buraco que foi tampado e sim, outros que abriram. “Se sua equipe for até o local verá rachaduras próximas aos buracos. Isso se deve em razão do asfalto que é muito antigo e precisa ser recapeado”.

Sobre a operação tapa-buraco está sendo feito mesmo com incessantes chuvas, o executivo afirmou que “A prefeitura não pode deixar de não fazer o tapa-buraco nas ruas , pois deixá-los aberto é um risco a segurança da população.”.

Sobre o cronograma do tapa-buraco, foi informado que é feito diariamente e atende as sete regiões urbanas de Campo Grande.

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