Com decisão judicial, PRF impede nova manifestação na BR 163 por catadores
CCR MSVia solicitou liminar para evitar bloqueio
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CCR MSVia solicitou liminar para evitar bloqueio
Catadores que trabalham no lixão do bairro Noroeste, situado na região leste de Campo Grande, tentaram bloquear novamente a BR 163, na tarde desta quinta-feira (15), porém foram impedidos por policiais da PRF (Polícia Rodoviária Federal), que cumpriam decisão judicial – juiz acatou pedido de liminar da CCR MSVia. Eles já haviam interrompido a passagem de veículos pelo local pela manhã em protesto pela interdição do aterro sanitário.
Cerca de 50 trabalhadores que selecionam os materiais recicláveis no lixão voltaram para protestar novamente contra o fechamento do aterro. No momento em que eles tentavam interromper a passagem de veículos com entulhos, os policiais que estavam no local em 5 viaturas, fizeram a remoção dos materiais.
Houve breve tumulto durante o impasse entre catadores e policiais. Os trabalhadores do lixão diziam ser injusto interditar o aterro, alegando que há material que eles podem utilizar para conseguir renda. Os policiais afirmavam que cumpriam decisão judicial e que, se continuassem, poderiam ser presos.
Após mais de duas horas de bloqueio da BR 163 pela manhã, os catadores liberaram as vias, com ameaça de retornarem a tarde se a Prefeitura não se pronunciasse sobre o assunto. Entretanto a CCR MSVia, concessionária que administra a rodovia, conseguiu liminar na justiça que impedia o bloqueio. Um funcionário da empresa esteve no local e tentou negociar com os catadores.
A rodovia estava liberada, porém os manifestantes permaneciam no local. Alguns atearam fogo em materiais às margens da BR, que logo foi apagado pelos próprios manifestantes.
Os portões do lixão estão fechados e agentes da Guarda Municipal permanecem no local. Catadores e caminhões que chegam no local são impedidos de entrar. Várias caçambas chegam a todo momento para despejar entulhos, porém são obrigadas a retornar carregadas. Há inclusive caminhões dentro do aterro que estão impedidos de sair.
Entre os catadores, está Sueli Maria de Paula, 54, que trabalha com reciclagem há 30 anos. Ela conta que até ontem trabalhou normalmente, porém, ao chegar nesta manhã, às 6h, o aterro estava interditado. “Me sinto revoltada, porque tenho contas para gapar e ninguém vai assumir minhas contas”, reclama.
Lourdes da Silva, 45, catadora há 22 anos, passa por situação semelhante. “Tenho 3 filhos e dependem dessa renda. Não há outro meio de conseguir sustento. Como vou conseguir emprego nessa idade?”
Os catadores tentaram também conversar com os agentes da Guarda Municipal, que permanece na entrada para impedir o acesso dos catadores, porém sem sucesso.
Veja o vídeo do momento em que os catadores tentaram fechar a rodovia.
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