Paralisação foi de 87% das escolas do Estado

Os deputados federais foram os alvo do protesto que reuniu aproximadamente 20 mil profissionais da educação, segundo a (Federação dos Trabalhadores em Educação do MS), na manhã desta terça-feira (16), no Centro de . Com bonecos de Luiz Henrique Mandetta (DEM), Elizeu Dionizio (PSDB), Tereza Cristina (PSB) e Carlos Marun (PMDB), os profissionais criticaram os parlamentares que votaram a favor do Projeto de Lei Complementar (PLP) 257.

O PLP 257 trata da renegociação das dívidas dos estados com a União. Para as entidades sindicais, apesar de ter sido retirado do texto a restrição do reajuste dos salários dos servidores públicos por dois anos, a manutenção do teto de gastos, se aprovado, o projeto vai causar o congelamento de salários e de investimentos dos estados.

De acordo com o vice-presidente da Fetems, Paulo Cesar, a caminhada começou por volta das 10h10 e os profissionais saíram da Praça do Rádio, na Afonso Pena, entraram na 14 Julho, seguiram até Antônio Maria Coelho, passaram pela 13 de Maio e seguiram pela Rua Barão do Rio Branco. Conforme o sindicalista, o protesto paralisou as atividades em 87% das escolas públicas do Estado. 

“Eles votaram contra o servidor no PLP 257, que prevê o congelamento salarial. Queremos lembrar a população para não votar neles, que votam contra os servidores municipais, estaduais e federais”. A mobilização segue com almoço comunitário na Assembleia Legislativa e audiência pública sobre o PLP 257, durante a tarde. 

Na pauta do manifesto também está a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241, que  congela as remunerações dos servidores públicos da União e suspende as vinculações constitucionais para a saúde e a educação, ficando os investimentos nessas e demais áreas sociais condicionados à regra de reposição pelo IPCA. 

Outra reclamação é a “privatização das escolas públicas”, por meio de Organizações Sociais, e para a terceirização dos profissionais. Os novos contratos, sem concurso público e sem qualquer vínculo com o empregador, poderão ser feitos sem as garantias trabalhistas, atrelados apenas às horas efetivas de trabalho e com interrupções nos períodos de férias escolares. 

Para o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), a manifestação é um recado para o Senado e todos os outros políticos que os servidores estão mobilizados. “Não queremos mais direitos, mas sim, a manutenção dos direitos que já temos. Os deputados estão contra os servidores de uma maneira geral”. “Se a terceirização fosse boa, os países mais avançados não triam servidores públicos. Não somos contra a renegociação da divida, mas é preciso estudar uma maneira que não penalizar o professor”. 

As escolas que pararam as atividades nesta terça, vão repor as aulas em um sábado letivo.