Retirada foi feita após negociações com os índios

Funcionários da em , cidade a 220 quilômetros de Campo Grande, retiraram no último sábado (19) com o apoio da força policial cerca de 250 animais da propriedade. De acordo com informações do site Dourados News, alguns pertences dos proprietários e maquinários também foram retirados.

Na tarde de quinta-feira (17) uma reunião entre o procurador da república Marco Antônio Delfino, o superintendente de segurança pública da Sejusp, coronel Deusdete Souza Oliveira Filho e o comandante do CPA-1 (Comando de Policiamento de Área – 1) da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Tenente-Coronel Aroldo Luiz Estevão deram início as negociações com os índios.

O objetivo da reunião também foi auxiliar as entrada dos fazendeiros nas propriedades para retirar os pertences. Muitos já haviam conseguido entrar com força policial, mas outros como no caso da fazenda Yvu, ainda não. Algumas negociações entre representantes da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e MPF (Ministério Público Federal) com os índios também contribuíram para a retirada de pertences deste sábado.

Entenda

Os confrontos na região se agravaram depois do assassinato de Claudioni, de 26 anos. Na tarde desta terça-feira, três policiais militares chegar a ser feitos reféns, espancados, despidos e ainda tiveram gasolina jogada no corpo. Os índios chegaram a atear fogo na viatura dos militares e a tomaram suas armas, que só foram recuperadas no final da tarde de hoje.

Em uma nota de repúdio, a ABSSMS (Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul) afirmou que os policiais foram até a fazenda para apoiar uma equipe do Corpo de Bombeiros que socorria os índios feridos no confronto com os ruralistas, quando foram surpreendidos por um grupo de 15 pessoas.

Foi neste momento que os militares foram algemados e colocados deitados com o rosto voltados para o solo, enquanto a viatura era depredada. A situação foi contornada depois de duas horas, com a chegada de um pastor evangélico que atua na reserva .

Do outro lado, uma índia que mora na aldeia afirmou para a imprensa que no mesmo dia outros índios foram assassinados pelos fazendeiros. Segundo ela, duas crianças estão entre as vítimas. “Tinha mais crianças entre as vítimas. Os fazendeiros enterraram duas crianças com uma pá carregadeira. Todo mundo que foi baleado estava dentro da aldeia”, alegou.

A acusação sobre o assassinado das crianças foi desmentida depois que a perícia encontrou motos enterradas no local apontado pela índia.

A mulher ainda alegou que nenhum índio ferido, oito ao total, estava na região que pertence aos fazendeiros na aldeia. “Vieram, atirando em direção à aldeia. Todas as vítimas estavam em território indígena e não na Fazenda Yvu”, diz.