Pelo menos 4 casas foram prejudicadas

Pelo menos quatro casas que foram recém construídas para moradores transferidos da antiga ficaram destelhadas no bairro Vespasiano Martins, após chuva e ventania que atingiu a cidade na tarde desta quinta-feira (20), em Campo Grande. De acordo com os relatos, a ocorrência causou temor nos moradores da região, que reclamaram da qualidade do acabamento das residências.

Um dos líderes comunitários da comunidade, Kligiomar Rodrigues, foi um dos que teve a casa descoberta. Ele relatou que no momento em que a tempestade atingiu a região, estava na Emha (Agência Municipal de Habitação) conversando sobre falhas na estrutura das casas. Rodrigues, que mora na região há cerca de quatro meses, criticou a qualidade das moradias.

“Não tem a menor condição de pagar a parcela para viver numa casa dessas. Aqui sou eu, minha esposa e quatro filhos. E essas tragédias vão continuar acontecendo, porque as telhas estão frouxas, não foram pregadas. Não temos segurança para morar nessas casas, no barraco eu estava mais seguro que aqui”, relata.

Em outra residência atingida pela chuva mora o auxiliar de serviços gerais Marcelo Afonso, de 36 anos. “Na hora foi um desespero. Só Deus, mesmo, para guardar a vida da gente. Essas casas são só promessas e toda vez que chove é a mesma coisa”, afirmou Marcelo, que está desempregado e tem um bebê de 11 meses. “Aqui foram três telhas de Eternit levadas pelo vento, e casa uma custa uns R$ 60. É o dinheiro que eu ia comprar de fralda e leite para o bebê”, relatou.

Além das casas de concreto, um barraco que está erguido na região também chegou a ser atingido. Nele mora o auxiliar de padaria Aílton Pinto da Silva, de 39 anos, que está desempregado, esposa e os três filhos, de 12, 8 e 4 anos. “Aqui o vento levou as telhas que não estavam pregadas e foi assustador. Meus filhos gritavam dentro de casa”, acrescentou.

Mais prejuízos

Apesar da grande movimentação no local, muitos moradores não estavam na região por estarem em horário de expediente. Portanto, os prejuízos podem ser maiores. Equipes da Defesa Civil já estão na localidade, fazendo o levantamento dos estragos.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande destacou que a responsabilidade da construção das moradias naquela região é compartilhada, visto que o regime de mutirão no qual elas foram edificadas previa que a assistência técnica fosse concedida pela ONG ‘Morhar Organização Social', mas a mão de obra era dos próprios moradores.

Ainda de acordo com a Prefeitura, neste caso, a assistência técnica das construções será realizada pela própria ONG que prestou consultoria. No entanto, equipes da Defesa Civil e da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) já teriam sido acionadas para fazer o levantamento das necessidades daquela comunidade.