Recomendação do MPE e prejuízos são motivos

Quase 25% das cidades sul-mato-grossenses podem não ter carnaval este ano devido aos estragos causados pelas chuvas, que deixou 28 municípios em situação de emergência, além de recomendações do MPE (Ministério Público Estadual) pedindo que não seja investida verba nas festas carnavalescas enquanto a população perece por falta de serviços básicos.

Assim como para Fátima do Sul, Ivinhema e Rio Verde de Mato Grosso, Rio Negro, Rochedo, Antonio João, Ribas do Rio Pardo e Corguinho, o órgão recomendou a Camapuã e Figueirão que o carnaval público seja cancelado. Um dos argumentos é de que “a realização do carnaval não configura interesse primário, mas mero interesse governamental, nem sempre identificado com o interesse da sociedade”.

Além disso, conforme texto assinado pelo promotor de Justiça substituto, Douglas Silva Teixeira, no ano passado a prefeitura de Camapuã gastou cerca de R$ 100 mil com despesas para a realização do ‘Camafolia’.

E “ainda se admita o raciocínio de que atividade carnavalesca constitua atividade cultural, a priorização do carnaval em detrimento de outras atividades, a exemplo da literatura, da música, do teatro consistiria em discriminação e afronta a tantas outras atividades culturais a serem apoiadas”.

Os Executivos têm cinco dias para responderem ao MPE se acatam ou não a recomendação. Bonito, Ponta Porã, Naviraí, Rochedo e Anastácio já informaram que não farão fasta pública.

Rio Brilhante, para não deixar a população sem comemoração, mas também não contrariar o MPE, optou por fazer carnaval com ingressos populares a R$ 5. O valor arrecadado será revertido para um hospital da cidade. Em Campo Grande o prefeito Alcides Bernal (PP) manteve desfile de rua, mas cortou show feito tradicionalmente na Avenida Fernando Correa da Costa.