Catadores rejeitam proposta da Solurb e protestam em frente à Prefeitura
Empresa ofereceu carteira assinada para 200 pessoas
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Empresa ofereceu carteira assinada para 200 pessoas
A proposta de carteira assinada para 200 dos 420 catadores, oferecida pela Solurb e Prefeitura de Campo Grande, não agradou a categoria. Eles alegam que não querem um vínculo com a empresa e sim uma solução que atenda a todos os trabalhadores de forma justa. A solução mais eficiente, segundo o grupo, seria a ampliação da coleta seletiva na Capital e a transferência da administração da UTR (Usina de Triagem de Resíduos) para os catadores.
Os 120 trabalhadores, que participaram da audiência no MPT (Ministério Público do Trabalho), na tarde desta segunda-feira (28), se reuniram na frente da Prefeitura, e pediram por uma conversa com o prefeito. Enquanto esperavam, eles aproveitaram a sombra do Paço Municipal para lanchar pão com mortadela.
A proposta apresentada pela Solurb e Prefeitura era de emprego para 200 trabalhadores, priorizando os 170 que já atuam na UTR, ligados à cooperativas. Eles continuariam na usina, mas com carteira assinada, tendo os direitos trabalhistas garantidos e salários líquidos que variam de R$ 880 para catadores e varredores, à R$ 1.332 para sub-encarregados. O problema é que pelo menos 420 famílias dependem do coleta de material reciclável e a proposta não atenderia a todos.
Eles também alegam que não querem ser empregados da Solurb, deixando os sustento dos filhos na mão da empresa, porque podem ser demitidos a qualquer momento. “Do que adianta ir trabalhar com ele, se em três meses eles nos mandam embora. Não temos nenhuma segurança nisso”, afirmou Rodrigo Leão Marques, que representa o grupo.
O procurador do Trabalho, Paulo Douglas Almeida de Moraes destacou que para garantir a continuidade do emprego, seria elaborada uma TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), no qual a Solurb se comprometeria a não realizar demissões nesse período, e se caso acontecesse, teria que ser justificada. Mesmo assim, os catadores não aceitaram a proposta, alegando também, que a renda média diária deles com o aterro era de R$ 150 a R$ 200, ou seja, em uma semana conseguiam o valor oferecido pela empresa pelo mês.
Por fim, uma nova reunião ficou agendada para esta terça-feira (29), na Defensoria Pública, às 9 horas. O obejtivo, segundo o Amarildo Cabral, que representa os catadores, é entender as reivindicações, para instaurar um procedimento investigatório e depois propor um procedimento preparatório de uma ação, e encaminhar para o juiz até o fim da semana.
Depois disso, os trabalhadores voltam para a Prefeitura, onde devem ser recebidos pelo prefeito. A garantia foi dada pelo secretário de Governo, Paulo Pedra.
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