Projeto deve beneficiar comunidades carentes
A mudança das famílias que viviam na Cidade de Deus, na região sul de Campo Grande, colocou fim à horta sustentável criada em setembro de 2015 e deu origem ao projeto que pretende levar a experiência à outros bairros. A ideia inicial é de que ao menos quatro novas comunidades sejam beneficiadas.
O trabalho começou há dois anos com a Horta Comunitária no Conjunto Residencial Octavio Pecora e foi crescendo. Atualmente são 1.400 metros de área plantada e cerca de duas mil mudas de frutas, hortaliças e verduras.
Segundo o engenheiro agrônomo, Carlos Sales, o local conta com plantação diversificada. Tem abacaxi, alface, banana, beringela, beterraba, cacau, cebolinha, coentro, cupuaçu, goiaba, guavira, laranja, limão, mamão, mandioca, manga, ora-pro-nóbis, salsa, tangerina e tomate.
Na Cidade de Deus, a horta comunitária foi implantada em setembro de 2015 e o projeto só foi encerrado quando as famílias foram removidas da área, em março de 2016. No tempo em que a horta comunitária atendeu a população local, tudo que era cultivado ficava à disposição do moradores e bastava colher. A única exigência era de que todos contribuíssem e ajudassem no plantio e manutenção do local.
A ideia deu certo e até os pequeninos contribuíam. As crianças, de acordo com o agrônomo, se destacavam como principais colaboradoras. “Eles se envolviam e ajudavam muito. Queremos manter isso nos novos projetos”, declara. Com o sucesso do trabalho na Cidade de Deus, os idealizadores querem ampliar o projeto para beneficiar mais comunidades carentes.
Salles diz que a princípio o objetivo é viabilizar o projeto para que a horta sustentável seja criada no bom Retiro e Vespasiano Martins, áreas disponibilizadas para os ex-moradores da Cidade de Deus. Além desses locais, a intenção é atender uma área conhecida como “Linhão”, na região do Jardim Noroeste e a população do Dom Antônio Barbosa.
“A ideia é atender outras regiões e que a horta comunitária no Octavio Pecora seja o polo de um projeto de educação ambiental e sirva de inspiração para que as comunidades carentes criem hortas sustentáveis e fiquem mais independentes. Queremos mostrar que é possível fazer isso e com baixo custo”, explica.
O projeto ainda está em análise. Ainda é preciso verificar a possibilidade de realização do trabalho nesses locais. Até o momento não há um prazo para que haja resposta quanto à extensão do projeto e enquanto isso, o trabalho continua no Octavio Pecora. Lá, nos domingos a comunidade se reúne para colher o que está disponível e plantar ainda mais.
“Aos domingos fazemos o mutirão e vem muita gente. Plantamos o máximo que podemos e colhemos o necessário, mas todo mundo pode plantar e colher”, frisa João Wagner Cruz, voluntário e um dos organizadores do projeto.
Além de atender a comunidade local, a plantação é selecionada e destinada para a Afrangel (Associação Franciscana Angelinas), instituição que atende crianças com HIV/Aids na Capital. “É pouquinho o que conseguimos levar, mas já ajuda. Nossa intenção é doar mais”, diz o agrônomo.
Interessados em participarem do mutirão podem ir ao local aos domingos, a partir das 8 horas. A horta comunitária fica na Avenida Prefeito Heráclito Diniz de Figueiredo, no Conjunto Residencial Octavio Pecora, atrás da Escola Estadual Advogado Demosthenes Martins.