Eles cobram pelo trabalho da construção das casas

A manhã desse domingo (21) foi de confusão no loteamento Bom Retiro na Vila Nasser, onde parte da comunidade que vivia na favela Cidade de Deus foi realocada. Após a visita do prefeito Alcides Bernal (PP), que foi ao local conferir os estragos causados pela chuva, o encarregado da – organização social, responsável pelo projeto de moradia, também apareceu, causando tumulto entre moradores que reivindicam pagamento pela construção das casas.

O secretário da Seintrha (Secretaria municipal de infraestrutura, transporte e habitação) Dirceu Peters, também foi ao loteamento e prometeu que o pagamento será realizado na segunda-feira (22).

“Não sei o valor, foi feito mais um repasse sexta-feira a tarde. Não sei de quanto. Com ele e com a Morhar, a prefeitura está com tudo certo”, afirmou. Os moradores, então, começaram a gritar, afirmando que a “culpa, então, é da Morhar”.Após confusão, secretário promete pagamento a moradores do Bom Retiro

Confusão

João Costa, apontado pelos moradores como encarregado da obra no loteamento, apareceu no local em um Tucson preto, e foi barrado por algumas pessoas na entrada do loteamento. Uma confusão começou quando alguns moradores cobraram o pagamento pelo serviço de construção das casas. São cerca de 25 trabalhadores que alegaram falta de pagamento pela ONG.

Na discussão, o encarregado teria indicado que iria sair do local e os moradores afirmam que ele disse possuir uma arma de fogo dentro do carro. A denúncia fez com que o encarregado permanecesse no local, enquanto a Guarda Municipal, com aval da polícia militar, revistou o carro. Nenhuma arma foi encontrada.

 

Guarda revista o Tucson (Luiz Alberto)

 

João Costa prometeu realizar o pagamento na segunda-feira (22), que, de acordo com ele tem o valor de cerca de R$ 17 mil. Ele declarou que o dinheiro foi repassado pela Prefeitura na sexta-feira (19).

ONG

Idealizado no sistema “mutirão”, o projeto, no entanto, destoa da execução. O sistema prevê que os próprios moradores construam as casas, sob orientação de profissionais da área, como arquitetos e engenheiros e não que sejam ‘contratados' como mão de obra. A Morhar já retirou do cofre municipal R$ 3,6 milhões para execução de 300 casas, nos quatro loteamentos para onde foram transferidos os moradores que viviam na Cidade de Deus.

Presidente da organização, Rodrigo da Silva Lopes foi procurado diversas vezes pelo jornal Midiamax mas não se manifestou.