Grevistas querem saber onde os cortes de verbas federais vão atingir a

Os professores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em greve desde o dia 15 de junho, fizeram uma manifestação na frente da reitoria da universidade na manhã desta quinta-feira (6), em . Os docentes pedem que a reitora ‘abra as contas', em relação ao impacto do corte de verbas federais na universidade.


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Após vários pedidos dos grevistas, a UFMS respondeu no site institucional, na última quarta-feira (5), cinco pontos sobre os ajustes orçamentários do governo federal. Segundo o presidente da Adufms (Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), professor José Carlos Silva, mesmo divulgando as informações, a reitora não respondeu ao ofício enviado pelos professores, solicitando uma reunião e mais detalhes sobre os impactos do corte.

A professora Ana Maria Santana, que faz parte do comando de greve diz que os docentes querem todos os esclarecimentos necessários sobre o corte dos recursos nacionais e como isso vai refletir em Mato Grosso do Sul. Ela diz que a universidade disponibilizou informações, mas que não houve explicações detalhadas e nem diálogo.

Entre as áreas que podem sofrer com o corte, a professora cita projetos da universidade com a educação básica, projetos de capacitação de docentes, corte de verbas na área da pós graduação, verbas de custeio.

“Ainda há as bolsas auxilio, que há indícios que não serão renovadas imediatamente. Estamos em um impasse. É grave não só salarial. A universidade pública corre risco de acabar”, diz.

Sobre a greve dos professores, o presidente da Adufms afirma que há uma grande possibilidade das universidades federais levarem a contraproposta de 19,7%, integral em janeiro de 2016, ao Governo Federal.

Ele diz que houve uma orientação do comando nacional de greve para que a proposta seja levada e com relação à UFMS, os professores já aceitaram em assembleia realizada na quarta-feira (5). Ainda falta o parecer das assembleias realizadas nos outros campi da universidade.

Reitoria

Foi divulgado pela UFMS que o corte na universidade representa um total de R$24.965.957,32. Quanto ao custeio, a universidade adotou preservar os programas de bolsas e PNAES, imprimindo ajustes na aquisição de material de consumo e serviços e de diárias e passagens.

As áreas prejudicadas serão ensino de graduação e pós-graduação, pesquisa, extensão e administração. A matriz de distribuição de recursos internos para a graduação seguiu o mesmo ajuste determinado pelo Governo Federal.

Das dezessete obras em andamento, não há previsão de paralisação por motivos orçamentários. A Administração está tentando lançar o edital de ampliação e reforma do Restaurante Universitário em 2015.

Greve

Na tarde da quarta-feira (5), os professores de Campo Grande se reuniram em assembleia e decidiram por levar uma contraproposta ao governo federal. Nacionalmente, os servidores pedem um reajuste de 27%, enquanto o governo federal ofereceu 21,3%, parcelado em quatro vezes. Os professores campo-grandenses decidiram por apresentar o percentual de 19,7 % integral, como reajuste para janeiro de 2016. Porém, como houve assembleias nos vários campi da universidade, ainda não há a definição da contraproposta dos professores de Mato Grosso do Sul.

Segundo o presidente da Adufms, em Campo Grande, embora os professores tenham aceitado a possibilidade de diminuir o percentual do reajuste, as outras reivindicações da categoria como a reestruturação da carreira, data base para negociação das perdas salariais, melhorias das condições de trabalho e o fim do corte no orçamento da educação continuam na pauta.