Resolução entrou em vigor em agosto e já gerou multas

Cerca de oitenta vanzeiros protestaram na tarde desta segunda-feira (28) na Capital contra resolução que limita a quilometragem fora do estado. Em cinqüenta vans, o grupo saiu em carreata protestando pelo centro, contra a resolução da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) que limita em espaço viagens fora do estado.

De acordo com Ramão Romero da Silva, um dos líderes do protesto, a manifestação acontece em todo Brasil. Mato Grosso do Sul foi o décimo sétimo estado a aderir. “A resolução nº 4.777, de julho deste ano, que entrou em vigor em agosto, fere e muito os pequenos donos de vans”.

A resolução, a primeira regularização a nível nacional do uso de vans, limita os proprietários a rodarem no máximo 540 quilômetros fora de seu estado e em apenas doze horas. “Ou seja, contando ida e volta são 270 quilômetros. Para piorar tem o tempo limitado, o que coloca em risco os passageiros. Estamos trabalhando com medo”, destaca.

Desde agosto, motoristas que descumprem a norma são multados em R$ 6.500 e têm a van apreendida e guinchada, além de ter que se virar com os passageiros e seus destinos. Recentemente, sete donos de vans em Mato Grosso do Sul foram multados em viagens que levaram fãs ao Rio de Janeiro para assistir ao Rock in Rio.

“Só queremos trabalhar. Não somos clandestinos, estamos dentro da lei, temos CNPJ, alvará, seguro da van, dos passageiros, estão prejudicando os pequenos donos de van e os consumidores”, ressalta Ramão.

“Pagamos impostos, combustível, queremos o direito de ir e vir, de fazer nossa viagens, de levar gente daqui para lugares fora do estado. Além de tudo geramos renda”, destaca.

A estimativa de categoria é de que 40% das viagens são fora de Mato Grosso do Sul. “Fica inviável para a gente alocar ônibus para essas viagens. É mais que o triplo do preço. Fica mais caro ainda para o consumidor. Além disso, se limitam nosso trabalho, serão muitos motoristas trabalhando apenas dentro do estado, muita van para pouca gente”, explica.

Com faixas de protesto nas vans, o grupo saiu do terminal da Júlio de Castilho, passou pela Avenida Afonso Pena, Rua 14 de julho e Rua Marechal Candido Rondon, até chegarem ao Parque dos Poderes, onde após breve reunião, acertaram de aguardar audiência que discutirá a resolução em Brasília na terça-feira (29). “Se mantiverem a resolução vamos aguardar o comando nacional. Estamos todos nesta luta, do direito de trabalhar”.