Redução de 300 km sinaliza possível desativação total
O diretor do Sindicato de Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Mato Grosso do Sul, Evanildo da Silva, diz que teme a desativação de mil quilômetros de ferrovia no Estado, que atualmente transporta, minério, combustível e produtos de exportação para Santa Cruz de la Sierra, Capital da Bolívia.
Segundo o diretor do sindicato, a empresa ALL (América Latina Logística), reduziu em 300 quilômetros a malha ferroviária do Estado. Para ele, a redução sinaliza uma possível desativação total do trecho.
“A empresa já sinalizou o desinteresse por nossas ferrovias e isso é com certeza uma grande perda por conta da relação do transporte em geral e da arrecadação de impostos. É uma situação preocupante para o desenvolvimento e para a cadeia produtiva do Estado”, declara.
O presidente do sindicato afirma que atualmente passam pela ferrovia do Estado 15 vagões de combustíveis que saem de Paulínia (SP) em direção a Campo Grande; um trem carregado que sai de Bauru (SP) com produtos para Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia; e um outro com minérios que saem da Estação Urucum em Corumbá (MS), para o Porto de Santos (SP).
Silva afirma que a empresa retirou os vagões graneleiros que faziam o escoamento de grãos, o que segundo ele, é mais um indicativo do desinteresse pela antiga Noroeste do Brasil. “Eles não se preocupam, consideram a nossa malha ferroviária antieconômica, mas temos muita demanda e principalmente de grãos. Estamos em um Estado carente de transporte barato”, destaca.
Atualmente 500 pessoas trabalham no setor ferroviário do Estado. O diretor do sindicato diz que pretende conseguir uma audiência pública para tratar a questão da malha ferroviária e que o objetivo é que o governo federal estatize as ferrovias do país.
Em contato com a reportagem do Jornal Midiamax, a assessoria da empresa informou que apuraria as informações e emitiria uma nota a respeito.