Coletores fizeram assembleia nesta manhã

Os funcionários da Solurb realizaram uma assembleia no começo da manhã desta quinta-feira (8), em . Mesmo com a promessa da Prefeitura de realizar o depósito judicial do valor correspondente aos salários dos trabalhadores, ainda nesta data, a categoria decidiu manter a greve até que o pagamento esteja na conta. O sindicato da categoria também informou que protocolou uma ação na 4ª Vara do Trabalho para que o salário e os benefícios sejam pagos. O valor da ação é de R$ 2,8 milhões.

Na noite da quarta-feira (7), a Prefeitura de Campo Grande informou por meio de nota, que se dispôs a depositar judicialmente o valor do pagamento dos funcionários, da mesma forma que fez em setembro. Mas, de acordo com o presidente do Steac (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Asseio e Conservação de Mato Grosso do Sul) Wilson Gomes da Costa, a assessoria jurídica do sindicato entendeu que o depósito por via judicial não vai poder acontecer sem que haja uma ação judicial. 

O sindicalista disse ainda que o valor de aproximadamente R$ 1,5 milhão, que deve depositado para cobrir os salários, não vai resolver o problema, pois, os trabalhadores também não receberam o tíquete alimentação, que chega a R$ 402 mil no total dos 1.800 funcionários. “A categoria entende que está sendo desrespeitada e usada”, diz Wilson. 

Conforme o sindicato, a coleta de lixo hospitalar permanece, pois a categoria entendeu que “não pode radicalizar”. Os trabalhadores pretendem manter a paralisação até o salário seja depositado. 

Para Antônio Carlos Santos, que trabalha há 10 anos como coletor, a situação é desanimadora. “Não esperava que fosse voltar a acontecer. É uma situação que se repete”. 

Leia a nota da Prefeitura na integra:

Diante de mais um anúncio de greve por parte dos trabalhadores da empresa , em razão do não cumprimento das obrigações trabalhistas pela empresa, a prefeitura de Campo Grande informa que se dispõe a depositar judicialmente o valor do pagamento dos funcionários, da mesma forma como o fez no mês de setembro, quando depositou R$1.568.800,00, de modo a evitar que trabalhadores e a população sejam prejudicados.

No primeiro horário desta quinta-feira (8/10), será encaminhado à Justiça, por meio da Procuradoria Jurídica, o pedido de autorização para o referido depósito e também que este valor seja descontado do montante bloqueado das contas da Prefeitura.

A prefeitura informa ainda que esta medida (depósito judicial) se faz necessária até que todas as notas fiscais apresentadas pela empresa sejam auferidas para que não haja desperdício do dinheiro público, tendo em vista que a empresa recebeu, desde 19 de março de 2014, uma soma vultuosa – mais de R$ 145,4 milhões em 18 meses, cerca de R$ 7,5 milhões ao mês – valor este muito maior do que o estabelecido inicialmente no contrato – cerca de R$ 4,5 milhões ao mês).

Greve 

No dia 8 de setembro, os trabalhadores da Solurb entraram em greve e a coleta de lixo ficou paralisada por dez dias. 

Na época, a Solurb informou por meio de nota, que a Prefeitura de Campo Grande tinha três faturas em aberto, totalizando R$ 23,7 milhões , além de reajustamentos que estão atrasados há mais de 14 meses.  O contrato inclui a coleta de lixo e outros 13 serviços (incluindo varrição, roçagem, capina). O custo mensal varia conforme o volume de serviço executado, cada qual com sua unidade de medida (tonelada, metro quadrado, quilômetro, quilograma, unidade).

No dia 14, a Justiça determinou que a empresa e o sindicato retomasse a coleta de lixo hospitalar e no dia 15 dia, determinou a volta da coleta de lixo, com possibilidade de multa diária. Ao todo foram cinco ações que determinam que a empresa retome os serviços de coleta. Foram três da Prefeitura, uma do Ministério Público e uma de associação sem fins lucrativos. 

Na noite do dia 18, após a conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), a coleta de lixo foi retomada em Campo Grande, porém nem todos os bairros foram atingidos no primeiro momento, causando reclamações dos moradores.