Problemas na Saúde chamam a atenção e MPE realiza inspeção em UPAs

Inspeção deve apontar deficiências na Saúde Pública

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Inspeção deve apontar deficiências na Saúde Pública

As constantes reclamações na Saúde Pública de Campo Grande chamaram a atenção do MPE (Ministério Público Estadual) que na manhã desta quarta-feira (8) iniciaram as inspeções nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da Capital, começando no Coronel Antonino, na região norte da cidade.

No local, a diarista, Aida Miranda, de 48 anos, aguarda pela amiga e reclama do atendimento oferecido. “É péssimo. A pessoa chega passando mal e a única coisa que falam é que tem de ter paciência”, declara.

O estudante Wellington Assis, de 21 anos, diz que está passando mal há três dias e que só procurou a unidade de saúde porque já não estava aguentando as dores no corpo. “Só procuro em último caso porque para passar raiva eu fico em casa mesmo. O atendimento é péssimo e demorado”, lamenta.

A estudante Karine Santana, de 17 anos, chegou à UPA Coronel Antonino por volta das 8 horas e até as 10h30, não havia recebido atendimento. “Estou sofrendo com sinusite há três dias. Demora muito, mas geralmente sou bem atendida aqui”, defende.  

A inspeção realizada nesta manhã para verificar os problemas nas UPAs não pôde ser acompanhada pela imprensa. Segundo a promotora de Justiça da Saúde de Campo Grande, Filomena Aparecida Depólito Fluminhan, as vistorias serão divididas em duas etapas. “Neste primeiro momento estamos fazendo uma reunião para levantar as deficiências e detectar eventuais faltas de aparelho e corpo técnico”, explica.

De acordo com a promotora, os problemas serão inseridos em um relatório que deve ser concluído até o fim de julho. “Depois disso, no segundo momento, faremos uma nova reunião com a Santa Casa, Hospital Regional e Hospital Universitário para que possamos apresentar um protocolo único de encaminhamento de pacientes das UPAs para os hospitais. Vamos estabelecer um novo pacto de transferência”, justifica.

O coordenador de Urgência e Emergência da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), Frederico Garlipp, defende o novo protocolo que deve ser implantado após a conclusão das inspeções. “É um trabalho em conjunto para o bem estar do paciente. Vai servir para que dê folga de leitos nos hospitais porque haverá um percentual de direcionamento de pacientes”, destaca.

O coordenador de urgência, diz que Campo Grande conta com 1.200 leitos nos três hospitais e justifica que a lotação ocorre por causa da deficiência nos serviços de saúde oferecidos no interior do Estado. “Não temos como quantificar o deficit porque é muito rotativo. O problema é o atendimento no interior. Precisa ser melhor para que os pacientes não sejam transferidos para a Capital”, ressalta.

Também participam das inspeções, a vereadora Luiza Ribeiro (PPS), membro da Comissão Permanente de Saúde da Câmara de Vereadores; representantes do CRM (Conselho Regional de Medicina);  Conselho Municipal de Saúde, da Santa Casa e dos hospitais Regional e Universitário.

A inspeção ainda não terminou e por isso não há informações dos problemas detectados. O objetivo é que as UPAs Universitário e Vila Almeida também sejam inspecionadas ainda nesta quarta-feira. 

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