O chefe de fiscalização de trânsito da Agetran já considera a frota atual acima do suportável pelas vias

O Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana, elaborado em 2009, aprovado nesta sexta-feira (10) pelo prefeito de , Gilmar Olarte, e publicados no Diário Oficial do Município (Diogrande), faz uma projeção do número de pessoas e veículos que devem circular na cidade nos próximos anos. A estimativa é de que em 2030 tenhamos um veículo para 1,34 habitantes.

As análises feitas em 2008 preveem que neste ano teríamos 806.702 habitantes em Campo Grande e quase 408 mil veículos, mais ou menos um automóvel para cada dois habitantes, o que se pensando em trânsito, já é um número bem considerável.

Mas as projeções são de que o trânsito ainda piore muito, visto que a quantidade de veículos deve aumentar o dobro do que o crescimento da população, ou seja, enquanto a população cresce cerca de 30 a 50 mil habitantes a cada cinco anos, o número de veículos aumenta entre 80 e 100 mil no mesmo período de tempo.

Nesse ritmo, em 2030, quando a população estiver próxima de1 milhão de habitantes deveremos ter um automóvel para cada 1,34 habitantes. A título de comparação, atualmente Brasília, cidade com o maior índice de motorização no país, tem 1,2 habitantes por veículo.

Sobre esse aumento de frota, o chefe de fiscalização de trânsito da Agência Transporte e Trânsito (Agetran), Samuel Paiva, destaca que se as projeções se concretizarem, muito antes de 2030 teremos que criar um sistema para selecionar os veículos que podem circular na cidade, seja por dia, porte (como já acontece com os caminhões na área central) ou qualquer outra forma que consiga limitar o número de veículos no trânsito. “As vias vão continuar com o mesmo espaço físico e o fluxo vai dobrar, então se não for criado um sistema de seleção dos veículos, o trânsito com certeza vai parar”, destaca.

Samuel ainda reforça que hoje, o fluxo de veículos já é maior do que o suportável pelas vias, tanto que em horários de pico, o trânsito congestiona. “A frota atual já é superior ao que vias suportam. A solução talvez seja investir mais no transporte coletivo, que assim conseguimos tirar vários veículos das ruas”, finaliza.