Pais se desesperam com greve de mais de dois meses em escolas municipais

Muitos já estão mudando os filhos de escolas

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Muitos já estão mudando os filhos de escolas

Sem previsão para que as aulas sejam normalizadas nas escolas da Reme (Rede Municipal de Ensino), os pais estão preocupados com o aprendizado dos filhos. A greve dos educadores começou no dia 25 de maio e ainda não houve acordo com a Prefeitura de Campo Grande. Em virtude do impasse, muitos pais estão considerando até mesmo a possibilidade de transferir os filhos da rede pública de educação para escolas particulares, já outros imploram pelo fim da paralisação.

Com dois filhos, de 11 e 7 anos, matriculados na Escola Carlos Vilhalva Cristaldo, localizada na frente da casa da família, a dona de casa Viviane Penha Cavalheiro, de 33 anos, e o marido Elves Rangel, de 35, fizeram uma faixa para chamar a atenção dos professores e da população.

No cartaz, escrito com alguns erros, eles destacam que os filhos dependem dos educadores e pedem para que eles retornem às salas de aula. “Fizemos isso como protesto. Sabemos que os professores têm direito à greve, mas isso é maior que o direito que nossas crianças têm de estudar”?

questiona Viviane.

O protesto chamou a atenção da população local. Procurado por outros pais, o casal decidiu pedir ajuda do MPE (Ministério Público Estadual). “Confiamos que eles possam nos ajudar, mas se não tivermos nenhuma respostas, faremos uma manifestação na frente do prédio e se isso não resolver, vamos pra frente da ACP [Sindicato Campo-Grandense dos Professores da Educação Pública] implorar para que os professores voltem”, explica Rangel.

Nesta tarde, eles vão encaminhar um documento com mais de 30 assinaturas de pais de alunos solicitando a volta dos professores. “Está todo mundo indignado com esta situação. Muitos estão querendo transferir os filhos de escola, mas se preocupam porque as crianças estão sem notas”, frisa.

Transferências 

O microempresário, Joel Lopes Farias, de 44 anos, tem uma filha de 11 anos que estuda no 6° ano de uma escola municipal de Campo Grande. Ele diz que passou a considerar a possibilidade de transferência por conta do tempo de paralisação.

“Estou estudando essa hipótese. O tempo que minha filha perdeu vai atrapalhar muito. Se a gente imaginasse que a greve seria tão longa, já teríamos mudado antes. O problema é que se a gente transferir agora pode atrapalhar ainda mais porque ela não tem notas. O ano está comprometido, mas estou pensando seriamente em transferir”, relata.

Segundo Farias, a decisão deve ser tomada ainda nesta semana. “Se até sexta-feira estiver nesse impasse, vou mudar minha filha de escola”, garante. Com o fim das férias escolares, a pedagoga Michele Benitez Alves, de 34 anos, decidiu transferir a filha de 7 anos, para a rede particular.

“Depois que as férias terminaram e soube que os professores votaram por manter a greve, decidi que ela tinha de mudar de escola. Isso prejudicou o aprendizado. Eles deram provas porque está no calendário escolar, mas os alunos não aprenderam o conteúdo. É muito complicado. Eu trabalho em uma escola particular, tenho desconto na mensalidade e pude transferir, mas muitos não podem”, frisa.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax, entrou em contato por telefone com a assessoria de comunicação da Semed (Secretaria Municipal de Educação) para saber quantas transferências foram solicitadas desde o início da greve, no entanto, foi informada de que não era possível repassar as informações naquele momento.

Um e-mail sobre a mesma questão foi encaminhado para a Semed e para a assessoria de comunicação da Prefeitura, no início da tarde dessa terça-feira (28), mas até o fechamento deste texto, na tarde desta quarta-feira (29), não houve resposta. 

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