Candidatos também acharam exame mais difícil que em 2014

Costumeiramente um dos mais temidos por contemplar a prova de matemática, o segundo dia de provas do (Exame Nacional do Ensino Médio) dividiu opiniões entre os candidatos que participaram do exame. Para a maioria dos estudantes entrevistados por nossa equipe após deixarem os locais de prova, as questões de ciências exatas – como matemática e química – foram complexas e difíceis. Por outro lado, a maioria demonstrou segurança com o tema da redação, que este ano problematizou a violência contra a mulher no país.

Também chama atenção o número de estudantes que fizeram a prova como treineiros, ou seja, antes de cursar o 3º ano. E há também aqueles que procuram a prova como uma forma de conquistar o certificado de ensino médio. Pier Obeid, 14, foi um dos que fez a prova para conhecer melhor o exame que prestará novamente daqui a dois anos. Para ele, a parte de exatas estava complicada, mas que os demais temas estavam tranquilo. “Para mim foi uma surpresa, achava que ia ficar nervoso, mas foi mais tranquilo do que eu imaginava. Fazer a prova me deu mais segurança para os próximos anos”, disse.

Já a candidata Patrícia Vieira Cândia, 25, que busca concluir o ensino médio com o resultado do exame, ficou um pouco desanimada. “Pra mim foi uma prova muito difícil, mas acho que isso aconteceu porque saí da escola já tem dois anos”, relatou.

Química do mal

Não faltaram candidatos que apontassem a prova de químicaCandidatos comentam dificuldades do segundo dia de exame (Kemila Pellin), realizada ontem, como um bicho de sete cabeças – assim como a de matemática realizada hoje – e que possivelmente por ela terão média mais baixa. Nader Nicholas, 16, apontou que a prova, em geral, parecia mais difícil, “mesmo com a preparação pesada que tivemos ao longo do ano”, disse. Ramielly Ramos, 17, concorda. “Química estava muito complexa e complicada. Mas eu espero que dê para passar. Tentando farmácia pela terceira vez, Nathaly de Paula Medeiros, 19, também apontou a dificuldade em química, matemática e física. “Com certeza estava mais complicada que ano passado, acho que pode ser onde muita gente vai ter vantagem”.

Surpresa na redação

A maior parte dos candidatos relatam como surpreendente o tema da prova abordar a violência contra a mulher. No entanto, disseram que desenvolver a redação sobre o assunto foi tarefa tranquila, já que o assunto foi muito debatido não só nas escolas, mas também em casa. “Foi uma boa escolha, porque a violência está cada vez mais explícita e o tema é bom até mesmo para fazer os rapazes refletirem um pouco sobre isso”, contou Paola Costa Castro, 17, que fez o Enem pela primeira vez.

“Acho que pode fazer muita gente refletir sobre o direito das mulheres. Não adianta ter leis severas se não se mudam os pensamentos. O ainda é muito forte e essa oportunidade pode ter sido boa para problematizar a questão”, destacou Natalia Brum, 18, que tentará uma vaga no curso de direito da UFMS.