Chuva não impediu limpeza e visita aos túmulos 

Mesmo com o tempo ruim neste sábado (31), muitos familiares não deixaram de visitar os túmulos de parentes em cemitérios da Capital. No cemitério Santo Antônio, localizado no cruzamento das avenidas Calógeras e Eduardo Elias Zahran, muitos foram limpar os túmulos e deixar flores para os entes queridos.

Foi o caso da advogada Leila Mamede, de 59 anos. Ela viaja hoje para Dourados e não podia deixar de visitar o túmulo do pai, morto há 34 anos. “Sempre eu venho visitar ele, pelo menos uma vez por mês. Não vou podia vir no Dia dos Finados, por isso vim hoje”, explicou. Ela não é católica, mas acredita que o ritual é necessário. “Eu visito ele, sei que não há mais o corpo em si, mas vindo aqui me sinto mais próxima dele. Trago flores, faço uma oração. Não posso deixar de vir”, disse.

A dona de casa Odélia Souza de Santos, de 57 anos, também foi visitar o túmulo de um parente. O irmão faleceu em 1958, ainda bebê, e todo ano a família vai fazer a limpeza e manutenção do túmulo dias antes do Dia dos Finados. “Nós sempre vamos limpar os túmulos, não apenas do meu irmão, mas de vários parentes”, afirmou. Ela tinha acabado de chegar no Cemitério Santo Antônio, e comentou com a equipe de reportagem do Jornal Midiamax que já tinha passado pelos Cemitérios Santo Amaro e São Sebastião.

Olímpia Espíndola Neves, de 60 anos, é camareira e como vai trabalhar no feriado, aproveitou o sábado de folga para visitar o túmulo da mãe. “Eu sempre venho no Dia dos Finados, mas esse ano não vai dar. Eu vou trabalhar na segunda. Daí, vim hoje”, relatou.

Comércio

Quem não gostou muito da chuva foram os comerciantes de flores e velas, que ficam em frente ao cemitério. “A chuva diminuiu e muito o movimento. Eu não consegui vender nem 10 arranjos de flores hoje. O pessoal não vem com a chuva”, explicou Lurdes de Oliveira, de 54 anos, que trabalha há 20 anos na área.

Ela pretende ficar até segunda no local, e tem uma expectativa boa de vendas. “Cheguei hoje aqui, mas quero vender bastante ainda”, disse. Ela espera faturar cerca de 2 salários mínimos com as vendas neste ano. Os arranjos custam de R$ 2,00 a R$ 25,00 e, segundo ela, “preço bom”, com pouco aumento em relação aos anos anteriores. “Subimos pouco coisa. Não deu para segurar totalmente os preços do ano passado. O valor que a gente paga no produto depende da cotação do dólar, que aumentou muito. Não teve como segurar”, explicou ela.

Mari Eli Borges, de 61 anos, vende vela há três anos em frente ao Cemitério Santo Antônio. Ela também reclamou do pouco movimento. “Com essa chuva, não veio muita gente. Eu vendi muito pouco. Espero que melhore amanhã e segunda. Tenho esperança que saia o sol”, afirmou.

Gerval de Oliveira, de 54 anos, vende espetinho há 25 anos e nem conseguiu montar a barraca para as vendas hoje. “Com a chuva, nem vamos conseguir vender hoje. Desiste, nem vou abrir. Amanhã vamos ver se melhora para conseguir vender bastante”, disse ele.