Fechamento do  tem provocado queixas de pais e gera mobilização

Nem mesmo o calor forte desta quarta-feira (21) impediu que quatro mulheres se deslocassem até o Centro de com um objetivo em comum: impedir o fechamento do Cempe (Centro Municipal Pediátrico), unidade que já teve esse nome mas oficialmente se chama PAI (Pronto-Atendimento Integrado). Desde as 10 horas na frente do lugar, na Avenida Afonso Pena, as mulheres que se classificam como ‘guerreiras de salto' recolhem assinaturas de quem passa pelo local. O grupo afirma que a causa, mobilizada pelo vereador Chiquinho Teles, já tem cerca de 10 mil assinaturas.

A manicure Mary Deleon, 49 anos, que foi candidata a vereadora nas eleiçoes passadas, pelo PTdoB, e durante a gestão de GIlmar Olarte participou de mobilizações feitas pela então primeira-dama, Andrea Olarte, é quem está organizando a força-tarefa. Segundo ela, o objetivo é recolher o maior número de assinaturas possíveis e assim impedir que o Cempe seja fechado. Mary conta que a ação de hoje foi organizada por um grupo do WhatsApp. “Começamos a conversar na quarta-feira da semana passada no whats e desde então as líderes comunitárias de vários bairros da cidade já começaram a colher as assinaturas”.

Na semana passada as assinaturas começaram a ser recolhidas nos bairros da Capital e, segundo Mary, até esta segunda-feira (19) já contabilizavam 10 mil. Mais de 300 líderes comunitárias e também presidentes de bairro já aderiram à campanha de arrecadação de e nos próximos dias algumas mulheres do grupo também irão até a frente das UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) para conseguir mais assinaturas.

Criado há três meses por Mary, o termo ‘guerreiras de salto' é mais que um título, ela explica que virou Ong (Organização não governamental). Formado apenas por mulheres, Mary conta que o objetivo da a organização é lutar por políticas públicas para as mulheres. “Queremos ser a voz das mães que lutam pela saúde e bem estar de seus filhos, a voz das mulheres que querem o melhor pra sua família”, ressalta.

Na avaliação da presidente do clube de mães do bairro Vespasiano Martins, Joselina Nuves Chimendes, 34, não há o que reclamar do centro pediátrico. “Foi a melhor coisa que aconteceu na área pediátrica em Campo Grande. Eu mesma não tenho o que reclamar. Desde que abriu sempre trouxe meus filhos aqui e foram muito bem atendidos”, conta Joselina.

Mãe de cinco filhos, sendo três deles adotados, Joselina ressalta que está recolhendo as assinaturas de forma voluntária e que se entristece só de pensar que com o fechamento do local, muitas mães terão que sofrer peregrinando por postos de saúde em busca de médico. “Aqui elas tinham certeza que seus filhos seriam atendidos. O prefeito precisa atender ao pedido da população”, ressalta Joselina.

Nesta quinta-feira, (22) as mulheres pretendem fazer uma manifestação na Câmara Municipal De Campo Grande. “Já temos um bom número de mulheres e amanhã estaremos lá lutando por um direito nosso”.
(Texto sob supervisão de Marta Ferreira)