Disputa por terras no Estado é assunto de conversa entre papa e índio

Na visita feita pelo papa Francisco a América do Sul, que se encerrou no dia 10 de julho, lideranças indígenas conseguiram expor para o pontífice problemas enfrentados em Mato Grosso do Sul. O Kaiowá, Elizeu Lopes, da terra indígena Kurusu Amba, foi recebido por Francisco.

No relato feito pelo indígena, o papa o teria recebido de braços abertos e escutado com atenção o problema enfrentado pelos índios em Mato Grosso do Sul, em relação à disputa de terras com fazendeiros da região. Leia o trecho do relato.

“Ele me recebeu com um sorriso, estendeu a mão e escutou coisa que a presidente (Dilma Rousseff) e os governantes brasileiros, mesmo sabendo de nossa situação, nunca fizeram e se negam a fazer. Eu pedi a ele que interceda por nós, que ajude a fazer o Governo Brasileiro cumprir a constituição e demarcar nossos territórios, que o próprio poder Executivo paralisou. 

Disse que por causa disso em todo Brasil, e em especial no Mato Grosso do Sul, vivemos em guerra, que estamos morrendo, sendo massacrados por pistoleiros armados e pelos políticos do agronegócio, que sobre nós existe um verdadeiro genocídio. Pedi pelo futuro de nossas crianças e velhos, para que possam continuar existindo”.

O papa Francisco participou do Encontro Mundial de Movimento Populares, na última quinta-feira (9), quando foi elaborado um documento final com os direitos básicos pelos quais os movimentos sociais lutam terra, teto e trabalho. Aos participantes o pontífice pediu perseverança em seu compromisso com a luta por mudanças estruturais e ainda ressaltou ser urgente transformações profundas.