Paralisação já dura 90 dias

 

Em uma das greves mais longas da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), os acadêmicos que se formariam ainda neste ano, só devem receber o diploma em meados de maio de 2016.

De acordo com o diretor financeiro da Adufms (Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Marco Aurélio, o governo federal tinha sinalizado uma reunião para o último dia 11 de setembro, mas a reunião não ocorreu e até o momento nada foi definido. “Não remarcaram a reunião e ainda estamos no aguardo. O governo federal impôs um reajuste de 10,8% em dois anos, mas não cobre nem a inflação”, explica Marco Aurélio.

Ainda segundo Marco Aurélio, nesta quarta-feira (16) uma assembleia será feita para discutir a proposta do governo federal e se os docentes voltam as salas de aula. “Vamos deliberar ou pelo fechamento da greve ou apostar em um processo mais longo”, fala.

Aurélio ainda diz que a proposta de 19,7% feita pela categoria não foi avaliada pelo governo, já que não houve mesa de negociação. “O governo rompeu a negociação e ainda esperamos esta semana por uma posição e possível reunião”, ressalta.

Com a greve deflagrada em 15 de junho, o primeiro semestre deve terminar ainda neste ano, mas o segundo semestre só deve terminar em maio de 2016, o que vai atrasar muitas formaturas. “Entendemos o lado dos acadêmicos, mas acreditamos que nossa causa é justa e o governo que paralisou as negociações”, finaliza Marco Aurélio.

Greve

A greve dos docentes da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) teve início no dia 15 de junho. A paralisação deixou sem aulas 17 mil acadêmicos, sendo oito mil só em Campo Grande. Mato Grosso do Sul tem oito campi, Nova Andradina, Coxim, Ponta Porã, Aquidauana, Chapadão do Sul, Paranaíba, Três Lagoas e Naviraí.

Os profissionais reivindicavam um reajuste de 27% e reestruturação da carreira com progressão funcional entre um nível profissional e outro. Atualmente o salário de professores, graduados inicialmente para 20 horas aulas, é de R$ 2.080,00, mestres R$ 4 mil e doutores R$ 8.600. Mas, depois de várias reuniões no MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão), em Brasília, a categoria apresentou nova proposta de 19,7%, que não foi analisada pelo governo federal.