Nem hospital nem Prefeitura deram previsão

Os funcionários da Santa Casa ameaçam entrar em greve se não receberem os salários atrasados ainda nesta terça-feira (9). O anúncio foi feito após assembleia durante paralisação de uma hora e meia no início desta tarde.

Cerca de 600 funcionários reunindo representantes do sindicato de enfermagem, do administrativo e do setor de cardiologia cruzaram os braços das 12h30 até às 14h, com o intuito de pressionar a Prefeitura de Campo Grande a fazer o repasse para a Santa Casa.

Sem respostas da administração municipal, os funcionários decidiram entrar em greve, caso o pagamento não chegue hoje. Apenas 30% dos funcionários de enfermagem, do administrativo e do setor de cardiologia continuarão trabalhando e 50% no CTI (Centro de Terapia Intensiva).

Segundo Helena Delgado, do sindicato de enfermagem, muitos dos mais de 3 mil funcionários da Santa Casa estão passando por dificuldades. “Muitos não tem nem o passe para vir trabalhar amanhã”. De acordo com os representantes dos sindicatos, a falta de resposta da Prefeitura e os atrasos recorrentes desde novembro também pesarão para a decisão dos funcionários.

Sem previsão

Sem recurso de R$ 19,7 milhões referente a maio, o presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo ,Wilson Levi Teslenco, diz que não foi possível realizar o pagamento de 3,2 mil funcionários da Santa Casa da Misericórdia.

O salário deveria ser pago nessa segunda-feira (8), no entanto, não houve nenhum posicionamento por parte dos os secretários de saúde estadual e municipal, Nelson Tavares e Jamal Salem, que adiaram a reunião com o presidente da ABCG, marcada para ontem, a fim de definir o contrato de R$ 20, 7 milhões.

Segundo Teslenco, o impasse sobre o recurso continua. “O recurso foi solicitado na quarta-feira (3), para que fossem pagos os valores devidos, mas até agora nada. A Prefeitura diz que está esperando o Estado, que por sua vez, se omite em comprometer-se com algum contrato ou compromisso”, afirma.

O presidente da ABCG observa que sem o recurso, o hospital fica à mercê dos funcionários e fornecedores. “Ficamos sem poder controlar o comportamento dos fornecedores e colaboradores. O não pagamento compromete a relação que garantia o fornecimento e a prestação dos serviços”, explica.

Quanto ao funcionamento do hospital, Teslenco diz que até o momento nenhum setor foi prejudicado. “Foi dado prazo de 30 dias para que não voltasse a essa situação de não ter contrato. Eu analiso isso como omissão, falta de responsabilidade e compromisso. Agora vamos tentar manter o sistema funcionando”, pontua. 

A pressa em formalizar o documento deve-se ao fato de a Santa Casa estar sem nenhum contrato público.