No mais antigo cemitério da Capital, descendentes prestavam homenagens

No cemitério Santo Antônio, o mais antigo de , muitos descendentes de japoneses prestavam homenagens aos antepassados, na manhã desta segunda-feira (2), . De acordo com o gerente do cemitério Guilherme Taíra, aproximadamente 50% dos túmulos são de imigrante japoneses e de seus descendentes. 

Aos 70 anos, a aposentada Lúcia Kanashiro, foi uma das que fez questão de manter a tradição. A avó e bisavó de Lúcia viram de Okinawa e ela que na cultura japonesa, eles são ensinados a mostrar gratidão aos que já passaram por essa vida. 

“A gente acredita na imortalidade da alma, pois somente a matéria foi embora. Isso é uma tradição muito forte, repassada pelos nossos antecedentes”. 

O aposentado Reginaldo Omido, de 79 anos, diz que no cemitério estão enterrados pai, mãe, sobrinho entre outros familiares. Ele conta que o avô veio também de Okinawa para o Brasil, em 1942, para trabalhar com minério de ferro, em Corumbá. O pai dele veio para Campo Grande e deu início à família. Ao todo, ele teve nove filhos. 

“Parte da minha família está aqui e, na cultura japonesa, é muito forte essa ligação com os entes, mesmo quando a pessoa morre. Pretendo passar isso para os meus filhos”. 

Ainda conforme o administrador do cemitério, os japoneses mantêm fortemente a cultura e alguns não chegam nem a utilizar velas, utilizando uma espécie de incenso, para prestar as homenagens. São esperados pelo menos 80 mil visitantes de sexta-feira (30) até o Dia de Finados nos cemitérios públicos de Campo Grande.