MST diz que novas propriedades podem ser ocupadas

Cerca de 2 mil sem-terra ocuparam na madrugada desta sexta-feira (21), a Fazenda Saco do Céu, localizada na região de Nova Casa Verde, em Nova Andradina distante 297 quilômetros de Campo Grande. A propriedade rural tem 5,2 mil hectares e teria sido considerada improdutiva pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), após a vistoria realizada em 2014.

Segundo o site, Nova News, os proprietários da fazenda moram em são Paulo e contestaram o parecer do Incra. O grupo que pertence aos assentamentos Zumbi, XII e Florestan Fernandes, todos da região de Nova Andradina. que está na propriedade, reclamam da morosidade do governo federal nas questões fundiárias, principalmente no caso da fazenda ocupada por eles.

Um dos sem-terra, identificado apenas como João, de 55 anos, teria informado que fez o cadastro no Incra há dez anos. Os integrantes ficarão na propriedade, no entanto, afirmam que os proprietários e funcionários terão acesso ao local.

Os sem-terra pedem ainda a conclusão da vistoria na Fazenda Furnas, que segundo eles, também foi considerada improdutiva.

Esta é a segunda ocupação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em 2015. A primeira foi próximo da Usina Quebra Coco em Sidrolândia.

Em nota, a assessoria de comunicação do MST informou que a ocupação faz parte de uma jornada estadual a fim de pedir a celeridade nos processos de Reforma Agrária em Mato Grosso do Sul, parados há mais de cinco anos.

A ocupação foi defendida pelo diretor nacional do MST, Jonas Carlos da Conceição. “”A morosidade no processo da Reforma Agrária nos fez e se continuar, nos fará, a realizar ações como essa, pois não podemos mais ficar de braços cruzados diante desta situação”, explica.

O diretor nacional do MST destaca ainda a necessidade de um superintendente do Incra, indicado pelo MST. “Desde maio estamos aguardando a nomeação definitiva de um superintende, atualmente temos um funcionário de carreira ocupando o cargo e as coisas no órgão estão praticamente paralisadas”, observa.

A dirigente nacional do MST, Atiliana Brunetto, ressalta a redução de R$ 3,6 bilhões para R$ 1,8 bilhões. “Se já tínhamos problemas, agora com a redução dos recursos, com certeza as coisas irão piorar e as nossas famílias continuarão na lona se nós, enquanto movimento organizado e de luta, não formos de fato para a trincheira como estamos fazendo agora”, frisa.

A assessoria de comunicação do MST afirma que outras o grupo vai resistir e que outras áreas poderão ser ocupadas no Estado.