Sem diálogo entre município e categoria greve completa 10 dias

O representante da comissão negociadora dos trabalhadores de enfermagem, Hederson Fritz, rebateu a declaração dada nessa segunda-feira (29), pelo secretário da Semad (Secretaria Municipal de Administração), Wilson do Prado e afirmou que a categoria aceita conversar com a Comissão de Negociação criada pelo Prefeito Gilmar Olarte (PP).

Ontem o secretário disse que os enfermeiros grevistas não aceitavam falar com a comissão e queriam conversar apenas com o chefe do Executivo municipal.“A Comissão foi criada por meio de um decreto do prefeito e tem autonomia para fazer as negociações”, declarou.

Nesta terça-feira (30),  Fritz, explicou que a categoria já havia tentado diálogo com a comissão, no entanto, não teria sido atendida. “Na realidade estamos tentando vários diálogos desde o fim d o ano de 2014, tanto que solicitamos por meio dos vereadores o agendamento, mas até agora não houve nenhum contato”, justificou.

Em entrevista o secretário disse ainda que o município não tem condições de atender à reivindicação do reajuste anual de 8,5% feito pela categoria, mas que teria condições de tratar o assunto em setembro. O representante dos enfermeiros, por sua vez, diz que a categoria está sensível às condições financeiras da Prefeitura, mas querem que a promessa seja especificada em contrato.

“Se ele receber a categoria e fizermos acordo por escrito, chamaremos a assembleia e vamos decidir, mas no entendimento da categoria não vejo nenhum impedimento para isso. Estamos sensível à situação do município”, enfatiza. Enquanto o impasse permanece, a paralisação, que teve início no último dia 20, continua.

Paralisação –

A greve nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), no CEM (Centro de Especialidades Médicas) e no Cenort (Centro Ortopédico Municipal) é de 100%. Já nos Caps (Centros de Atenção Psicossocial), Hospital da Mulher e no Hospital Dia, a adesão é de 50%.

Os profissionais que atendem nos setores de urgência e emergência das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) não aderiram ao movimento e nas demais alas a adesão foi de 70%. Nos CRSs (Centros Regionais de Saúde), o quadro de funcionário é menor, portanto, apenas 30%.

No último dia 22, o desembargador Fernando Mauro Moreira Marinho, exigiu que 80% dos grevistas retornassem ao trabalho sob pena de pagar R$ 3 mil pelo descumprimento, mas a categoria recorreu e aguarda nova decisão judicial.