70% dos alimentos do país estão contaminados por agrotóxicos
Nesta quinta (03), no auditório do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Campo Grande, será lançado em Mato Grosso do Sul o “Dossiê Abrasco – Alerta sobre impactos dos agrotóxicos na saúde”. A publicação que reúne estudos científicos sobre o uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil, traz dados alarmantes sobre os efeitos do uso de biocidas na saúde humana e no meio ambiente.
O lançamento do dossiê está marcado para às 14h, no auditório do MPT (Rua Pimenta Bueno, 139, Bairro Amambaí, Campo Grande/MS) e é uma realização do Comitê MS Contra os Agrotóxicos, com apoio da Comissão de Combate aos Impactos de Agrotóxicos em Mato Grosso do Sul, do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Trabalho (MPT).
Dados alarmantes
Segundo a Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), 70% dos alimentos no país estão contaminados por agrotóxicos. Entre 2007 e 2014, foram mais de 34 mil notificações por intoxicação nos hospitais públicos e, de 2000 a 2012, o uso de agrotóxicos cresceu 288% no Brasil.
Para a Associação, “não é por falta de confirmação dos efeitos nocivos à saúde e ao ambiente que a grave situação de uso indiscriminado de agrotóxicos no país não é revertida”. De acordo com os estudos, os impactos para a saúde atingem trabalhadores em diversos ramos de atividade, moradores do entorno de fábricas e fazendas, além dos consumidores dos alimentos contaminados.
Em 2014, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizou levantamento com amostras de alimentos em todo o país. De acordo com a pesquisa, 25% dos alimentos apresentavam resíduos de agrotóxicos acima do permitido.
Dia Mundial
O lançamento do Dossiê Abrasco marca o Dia Mundial de Combate aos Agrotóxicos, a data relembra a maior catástrofe da história da indústria química, ocorrida em 3 de dezembro de 1984 em Bhopal, na Índia. Na ocasião, 27 toneladas do gás tóxico metil isocianato vazaram, em uma zona densamente povoada. Como resultado da contaminação, as estimativas foram de 4 a 10 mil mortos já nas primeiras horas, 200 mil intoxicados pela nuvem de veneno, 25 mil casos de cegueira e cerca de 50 mil incapacitados para o trabalho.
(Com informações do Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul)
