Com paralisação, pacientes voltam para casa sem atendimento

Média complexidade atende 4,6 mil pacientes

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Média complexidade atende 4,6 mil pacientes

Muitos pacientes que procuraram o ambulatório da Santa Casa de Campo Grande, nesta terça-feira (5), foram surpreendidos com  a paralisação do setor de média complexidade.  Conforme a ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande) a medida foi adotada a fim de readequar os serviços de acordo com recursos do hospital.

O operador de motosserra, José Israel da Silva,  de 56 anos, que mora em Ribas do Rio Pardo, a 97 quilômetros da Capital, fez uma cirurgia no fêmur e procurou o hospital para retirar os pontos, mas foi informado de que o procedimento estava suspenso. 

“Eles disseram que não poderiam retirar porque o médico tinha de analisar antes e isso não está sendo feito. Agora vou ter de esperar e continuar com esses pontos. Isso é muito ruim porque quanto mais tempo fico com os pontos, mais tempo levo para me recuperar”, frisa.

A dona de casa, Norma da Silva Laranjeira, de 56 anos, afirma que o marido, de 50 necessita passar por uma cirurgia nos rins, no entanto, ele está há nove meses à espera de uma consulta com um nefrologista para que possa marcar o procedimento.

“Primeiro ele precisava do resultado dos exames que só ficaram prontos agora, mas infelizmente ainda não vai poder marcar a cirurgia porque para isso precisa passar pela consulta antes. O jeito é esperar ainda mais”, lamenta.

A aposentada, Áurea Golveia, de 77 anos, recebeu alta médica nesta terça-feira, no entanto, precisava apresentar o resultado do raios X ao médico, o que não foi possível. “É complicado porque fico aguentando dor sem saber o que fazer porque não pude mostrar o exame”, ressalta.

A auxiliar de dentista,  Anaurelina Souza Silva, de 50 anos, veio de Maracaju, distante 162 quilômetros da Capital,  para buscar o resultado de exame necroscópico do marido e foi informada sobre a paralisação. “Moro longe, tive de faltar ao trabalho e vir para Campo Grande só para fazer isso e não consegui. É complicado”, afirma. 

A diretora operacional da Santa Casa, Cleudenice Valente, destaca que os problemas começaram com o fim do contrato de repasse. Sem um acordo em relação ao valor destinado ao hospital,  que necessita do incremento de R$ 1 milhão, além do valor de R$ 3 milhões, proposto pela Prefeitura,  recusou a sugestão do município e optou por cortar alguns serviços.

“Suspendemos atendimentos ambulatoriais para que possamos reorganizar os serviços de acordo com os recursos.  Então neste primeiro momento interrompemos todos os serviços ambulatoriais e depois vamos reagendar os pacientes egressos.  Os demais ficarão sob a responsabilidade da Sesau [Secretaria Municipal de Saúde Pública]”, declara.

A diretora operacional do hospital destaca que sem um novo contrato ainda não é possível informar por quanto tempo os serviços permanecerão suspensos. Em média o ambulatório que conta com 22 especialidades médicas, atende em torno de 4,6 mil pacientes todos os meses. 

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