Obras milionárias feitas nos últimos anos, como a da Júlio de Castilho, não resolveram problemas

A que caiu em no fim da tarde de quarta-feira (11) deixou rastro de estragos e revelou, mais uma vez, a ineficiència de diversas obras públicas milionárias realizadas nos últimos anos para resolver problemas como alagamentos. Na avenida Júlio de Castilho, apesar dos milhões gastos, trecho ainda maior da via passou a ficar debaixo d’água. Na região sul, os bombeiros usaram bombas para tirar água de casas inundadas.

Somente o Corpo de Bombeiros atendeu a mais de 20 ocorrências no intervalo de 8 horas. De acordo com a assessoria dos militares, foram quatro chamadas de alagamentos em residências, sendo duas delas no Bairro Taquarussu, uma no Jardim Paulista e outra na Vila Bandeirantes. Os bombeiros utilizaram bombas para poder retirar a água que se acumulou dentro dos imóveis e trouxe prejuízos.

Além disso, foram mais cinco chamadas para cortes de árvores que estavam prestes a cair e que caíram sobre a via pública, que ocorreram no Parque dos Poderes e região central. No Centro de Campo Grande, um transformador chegou a cair em um carro estacionado na Rua José Antônio.

O e jornalista Clayton Sales chegou a postar na página pessoal de uma rede social, o vídeo feito por ele onde uma caçamba é levada pela enxurrada. O fato ocorreu Rua Joaquim Murtinho quase esquina com a Rua Bahia em Campo Grande, próximo ao córrego Prosa.

“Quando estava descendo a Joaquim Murtinho, na altura da Bahia, dei de cara com a caçamba na rua. Fiz como a maioria dos carros, retornei, porém tinha alguns que se arriscavam em passar ao lado da caçamba que continuava a ser arrastada”, conta.

Nas imagens feitas por Clayton é possível notar que os bueiros estavam cheios e jorravam a água a certa altura. “A alternativa mais plausível foi evitar a via, pois não dava pra saber onde tinha buraco ou não”, ressalta.

Chuva

Das 21 horas de quarta-feira (11) até à 1 hora desta quinta-feira (12), foram registrados 49,6 milímetros de chuva, conforme análise do Cemtec- (Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul). De acordo com o geógrafo e assessor técnico do órgão, Carlos Eduardo Borges Daniel, a quantidade está dentro da expectativa do mês que é de 124 milímetros até o dia 21 de fevereiro.

“Além de estar dentro deste estudo que fizemos, também está dentro do histórico dos outros anos que foi de 174 milímetros para esta época. Ou seja, a chuva que caiu ontem corresponde a 28,51% do esperado”, analisa.

A chuvarada provocou oscilação de temperatura de mínima de 21,6°C e sendo a máxima de 31°C. Além disso, a velocidade do vento era de 18,76 quilômetros por hora, porém as rajadas chegaram a 37,8 quilômetros por hora.