Mais de 2 mil cirurgias já foram realizadas na região

O encerramento da foi marcante para alguns sul-mato-grossenses que há tempos esperavam por uma cirurgia ou por uma consulta com um médico especializado. O governo estima que mais de 2 mil procedimentos cirúrgicos aconteceram desde o dia 29 de abril em até este domingo (17).

Histórias como da dona Marielda Silva, doméstica de 64 anos que há anos esperava por uma cirurgia de catarata nos dois olhos e que neste domingo já se recuperava das intervenções realizadas nos dias 1º e 3 de maio.

“Eles deram tudo que eu precisei usar. Não precisei pagar. Moro em Ponta Porã desde que nasci e nunca tinha visto um evento desses”, contou ela, que não tinha condições de arcar com os custos da cirurgia.

Marielda aproveitou para levar as duas filhas para buscar atendimento médico. Uma delas conseguiu um exame de ultrassom e a outra conseguiu uma consulta com um especialista em neurologia.

Carolina da Silva, 22 anos, grávida há 18 semanas do 3º filho, tinha marcado ultrassom em abril para ser feito em julho. “Vim aqui, apresentei cartão do SUS (Sistema Único de Saúde) e já consegui atendimento. Amanhã já posso levar o exame para minha ginecologista”, contou a filha de Marielda. 

Apesar dos atendimentos acontecerem em uma região de faixa de fronteira, o governo estadual explicou que apenas cidadãos sul-mato-grossenses com o cartão do SUS estão sendo atendidos na Caravana.

Moradora do Assentamento Itamaraty, a dona de casa Isabel Lima Moura, de 56 anos, também esperava enxergar melhor e se ver livre da catarata. “Com a Caravana eu já operei uma vista e já deixei marcado a outra para o mês que vem”, contou ela.

Isabel disse que não existe atendimento médico especializado no loteamento onde mora, e que os assentados precisam buscar ajuda ou em Ponta Porã ou em Dourados.

Estreando em consultas médicas, a doméstica Maria Lúcia Marques de Oliveira, 55 anos, revelou à equipe de reportagem do Jornal Midiamax que as dificuldades em conseguir atendimento especializado fizeram com que ela nunca procurasse um médico.

“Ponta Porã sempre tem médicos, mas às vezes é preciso procurar outras cidades para achar um especialista. Um evento como esse é maravilhoso”, contou Maria Lúcia que conseguiu consultar com um ortopedista neste domingo.

Acompanhada do marido e dos dois filhos, uma menina de 4 anos e um menino de 1 ano, a dona de casa Nadiele Dauzaker, encontrou o atendimento pediátrico que procurava.

“Aqui em Ponta Porã é um pediatra por posto de saúde, e onde moramos é muito lotado, e no fim de semana não tem pediatra, só clínico-geral”,disse Nadiele que queria a consulta para o filho que tem bronquite.

Acostumada a pagar R$ 250,00 por um consulta com um cardiologista, a cabeleireira Maria de Lourdes, 57 anos, conseguiu uma consulta pelo SUS na Caravana e de quebra passou por um otorrinolaringologista. 

* Números

Em 20 dias de atendimentos na fronteira de Mato Grosso do Sul com o vizinho Paraguai, a Caravana da Saúde realizou, em números iniciais, mais de 2,1 mil cirurgias e mais de 40 mil procedimentos, de intervenções cirúrgicas, atendimentos e consultas. 

(Matéria editada às 18 horas para acréscimo de informações)