Nome dos clientes da Decolar.com não estava na lista dos passageiros

A empresa de turismo Decolar.com terá que indenizar clientes de ( a 330 quilômetros da Capital) que compraram passagens e não estavam com o nome na lista de passageiros. Por conta do transtorno, uma delas passou mal e desistiu da viagem. Os clientes receberão R$ 20 mil por danos morais e materiais.

A Decolar.com entrou com recurso, negado pelos desembargadores da 4ª Câmara Cível. A empresa relatou que os clientes alegam na inicial que adquiriram pacote de viagem incluindo passagens aéreas e hospedagem no valor de R$ 3.794, por meio do site da empresa, sendo que ao realizarem o ckeck-in receberam a informação de que seus nomes não constavam na lista de passageiros, de modo que a requerente passou mal no aeroporto e desistiu da viagem.Cadê? Clientes de MS serão indenizados por transtorno na hora do check-in

Defende então a sua ilegitimidade passiva, uma vez que é empresa do ramo de intermediação e por meio de seu site na internet possibilita a aproximação entre clientes e fornecedores de produtos ou serviços (companhias aéreas, hotéis, locadoras de veículos, etc.). Sustenta que não exerce nenhum ato de gerência sobre as cobranças das passagens aéreas, as quais são realizadas exclusivamente pelas companhias aéreas, sendo que a sua relação com os autores encerrou-se quando da efetivação da compra do serviço oferecido pela companhia aérea.

Ressalta que os requerentes estavam cientes que os casos de cancelamento/alteração e/ou atrasos de voo são de exclusiva responsabilidade da companhia aérea, notadamente porque esta é quem opera as aeronaves, e tal informação resta clara no termo consentido pela recorrida no momento da compra. Sucessivamente, defende a ausência de razoabilidade do valor arbitrado a título de por danos morais, e pede a reforma da sentença.

A decisão

O relator do processo entendeu que o cerne da questão a ser apreciada consiste em averiguar a responsabilidade da empresa de turismo frente às alterações e cancelamento da viagem contratada pelos apelados.

E explica que é irrelevante a indagação de quem foi a culpa pelo não cumprimento do contrato e pelos prejuízos advindos aos requerentes, de modo que se a apelante, posteriormente, pretender a reparação do valor porventura despendido neste processo, poderá ingressar com ação própria contra a companhia aérea supostamente responsável.

“A meu ver, o importe de R$ 20 mil estabelecido na sentença guarda correspondência com a gravidade da lesão, inserindo-se dentro da proporcionalidade que é balizada pela situação econômica das partes, pela intensidade da culpa da empresa e pela relevância da lesão sofrida. Ante o exposto, conheço do recurso interposto pela empresa de turismo e lhe nego provimento, mantendo inalterada a sentença atacada”.

(Com informações do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul)