Famílias fazem manifestação na Prefeitura
Moradores da favela Cidade dos Anjos, localizada no Jardim das Hortências, na região sul de Campo Grande, participam de uma manifestação que teve início por volta das 9 horas desta quarta-feira (16), na frente da Prefeitura. As famílias, que pedem moradia, afirmam que o prefeito Alcides Bernal (PP) “virou as costas” para a comunidade depois de reassumir o cargo de gestor municipal.
Segundo os manifestantes, no período em que esteve afastado, Bernal foi à comunidade pedir apoio aos moradores e depois de voltar para a chefia da Prefeitura, prometeu solucionar a situação de aproximadamente 40 famílias que moram no local.
“Ele esteve lá no dia 11 de setembro e prometeu que resolveria o nosso problema em 15 dias, mas virou as costas para nós”, afirma a moradora Cristiane da Silva Martins. Conforme as informações, a favela existe há quase três anos e até o momento não há uma definição sobre a situação das famílias.
“Sabemos que querem levar os moradores do Cidade de Deus para lá. Se estão arrumando a situação deles, porque não resolvem a nossa? Aqui só não tem o lixão, mas as condições de higiene são péssimas. Nossa fossa é aberta e três pessoas já morreram de pneumonia e leishmaniose”, destaca a moradora.
Mariana Santana dos Santos, que também mora na comunidade, afirma que o filho de cinco anos está com sarna por conta das condições de higiene do local. “Me preocupo com a situação dele e dos meus outros filhos. Levo ao médico mas não dão a atenção necessária, jogam de um lado para outro e não resolvem. Lá tem alguns insetos peçonhentos e as crianças brincam com eles porque não sabem diferenciar”, lamenta.
Os manifestantes, na maioria mulheres com criança de colo, reclamam ainda da falta de segurança na comunidade. De acordo com os relatos, alguns moradores que se juntaram à comunidade fazem uso de drogas no local e não há policiamento para impedir que a situação continue. “O Bernal prometeu segurança, mas a polícia nem passa por lá”, diz uma das manifestantes.
Pouco depois do início da manifestação, foi solicitado reforço da Guarda Civil Municipal. Seis homens fazem a segurança na porta de entrada do prédio da Prefeitura. Os moradores afirmam que vão permanecer no local até conseguirem falar com o prefeito, que por sua vez, propôs por meio da assessoria de comunicação, que os manifestantes conversassem com o secretário de Governo Paulo Pedra, mas a proposta foi recusada e o protesto continua.
