Com fim do estoque do inseticida atual, antigo voltará a ser utilizado

Depois da polêmica sobre o produto químico presente no fumacê utilizado no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, o chefe do Controle de Vetores e da Vigilância em Saúde, Alcides Ferreira, afirma que o “lambda cialotrina”, produto usado atualmente, será substituído.

Segundo o chefe do Controle de Vetores e da Vigilância em Saúde, as substituições ocorrem conforme necessidade e orientação do Ministério da Saúde. “As trocas acontecem ou porque o mosquito está mais resistente ou por conta da disponibilidade do produto utilizado pela empresa vencedora da licitação feita pelo Ministério da Saúde. Recebemos o produto pronto para ser aplicado”, justifica.   

Ferreira ressalta que antes das mudanças, os inseticidas são analisados.”O estoque do lambda cialorina é limitado e vai voltar com o malation que é um inseticida organofosforado. Ele tem um cheiro forte e que é possível sentir de longe é o que usávamos antes. O Ministério da Saúde faz as mudanças, mas nenhum deles vai pra os municípios sem testes. Todos os produtos são testados e aprovados antes. Eles têm a mesma eficácia”, garante.

Atualmente a diluição do produto é feita em óleo de soja. A nova versão do malation que será utilizado depois que acabar o estoque do inseticida atual, será diluída em água. “A diluição em óleo é ruim na hora de fazer a aplicação porque gruda muito”, explica.

Polêmica – Na última terça-feira (24), moradores do Jardim Panamá, disseram que estavam “desconfiados” do inseticida utilizado para combater o mosquito. “Não tem mais aquele cheiro característico do produto, parece que é água e não funciona”, disse uma moradora.

Na ocasião a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) explicou que “a população pode ficar tranquila” e destacou que “o produto tem a mesma eficácia que o outro utilizado anteriormente”.

O chefe do Controle de Vetores e da Vigilância em Saúde recomenda que os moradores deixem as portas e janelas abertas. “O produto tem que chegar até o mosquito que fica escondido dentro das casas”, observa.

Desde o início do ano, 1.290 casos de dengue foram notificados em Campo Grande, destes 317 apenas em março. O número de notificações registradas de janeiro a março deste ano, representa 32% do total em 2014, quando houve 4.301 suspeitas.

Questionado sobre a possibilidade de epidemia, Ferreira diz que o aumento de notificações foi provocado pelo excesso de chuva nos últimos meses e que com a mudança climática, o quadro deve ser reduzido.