A forte que atingiu a Zona Norte de São Paulo na noite de sexta-feira (28) abalou o início do carnaval 2014 no Sambódromo do Anhembi. Com granizo e ventania, a tempestade complicou a vida dos foliões, causou estragos nas escolas de samba, alagou as ruas no entorno e até provocou acidente com cinco feridos no Campo de Marte. Mas também serviu para lavar a alma dos mais empolgados.

Rainha de bateria da Leandro de Itaquera, Vivi Brilho foi uma das que ignorou o prejuízo causado pela chuva. “Tomei umas granizadas na cara, mas segui com o sorriso no rosto sambando e nem liguei”, explicou. O temporal, na opinião dela, serviu para “lavar a avenida, lavar a escola, e espantar todos os males”. Simone Sampaio, rainha de bateria da Dragões da Real, também minimizou: “para quem tem samba no pé, não faz diferença”

A empresária Cozete Gomes, conhecida pela participação no programa Mulheres Ricas, também teve de aguentar a tempestade na avenida. Apesar do incômodo durante o desfile da Rosas de Ouro, ela disse que seria “impensável” desistir do desfile. “Isso é algo que não aconteceria”, afirmou. Nos camarotes, espectadores se refugiaram no coberto e se afastaram do desfile. Nas arquibancadas, as pessoas se protegeram como puderam.

Leandro de Itaquera, Rosas de Ouro e Dragões da Real foram justamente as escolas mais afetadas. Apesar disso, nenhum carro alegórico teve problema. Rei Momo do carnaval paulista, Marco Antônio Rodrigo de Sales lamentou as condições: “muita chuva apaga o brilho das escolas, atrapalha, deixa os passistas com medo de escorregar…A chuva só não tira a felicidade do sujeito de desfilar pela sua escola”.

O grande prejuízo causado pela chuva ocorreu longe da avenida. No Campo de Marte, local usado como estacionamento para os camarotes, uma estrutura de recepção para o camarote da Prefeitura desabou por conta da ventania e deixou cinco pessoas feridas sem gravidade – incluindo uma mulher grávida. Os feridos foram encaminhados para o pronto-socorro de Santana.