A consolidação do modelo híbrido de trabalho, especialmente após a pandemia, vem alterando hábitos corporativos e domésticos no Brasil — inclusive no que diz respeito à impressão de documentos. O que antes era uma atividade concentrada nas empresas, agora também faz parte da rotina de milhares de profissionais autônomos e funcionários que trabalham de casa ao menos alguns dias por semana.
Esse novo cenário vem impactando diretamente o mercado de suprimentos de impressão, como cartuchos, toners e papel, que passaram a ser consumidos em ambientes antes pouco considerados pelas fabricantes: os lares. Dados da IDC Brasil apontam que as vendas de impressoras multifuncionais cresceram 27% em 2024, sendo a maioria delas adquiridas por pessoas físicas.
Mais praticidade, menos volume — e mais responsabilidade na compra
A descentralização das impressões gerou um comportamento novo no consumidor: agora, ele mesmo precisa decidir qual modelo comprar, onde adquirir os insumos e, principalmente, como garantir que a compra seja segura, econômica e duradoura.
“Antes, o usuário dependia do setor de compras da empresa ou da área de TI. Hoje, quem imprime em casa precisa entender sobre tipo de cartucho, rendimento por página, compatibilidade e durabilidade do toner. Isso mudou a lógica de consumo”, afirma João Paiva, consultor em tecnologia de escritório e automação.
Por isso, o papel das lojas especializadas online se tornou ainda mais relevante. A AcessoShop, por exemplo, passou a oferecer catálogos segmentados por marca e modelo de impressora, facilitando a busca por produtos originais, além de oferecer canais de atendimento direto para dúvidas técnicas.
Já a Toner Ideal se destacou por sua estratégia de logística rápida em todo o território nacional, apostando na fidelização de clientes que passaram a comprar suprimentos com frequência, mas em volumes menores.
Riscos de uso inadequado e prejuízos silenciosos
Um dos principais alertas feitos por especialistas é sobre o uso de suprimentos incompatíveis ou genéricos de baixa procedência. Segundo técnicos do setor, o uso desses produtos pode danificar os equipamentos, reduzir sua vida útil e até comprometer a qualidade de impressão — o que se torna ainda mais relevante em atividades profissionais, como contabilidade, advocacia, design gráfico e consultorias.
“Cartuchos e toners originais são projetados para garantir rendimento e performance. Ao optar por um genérico mal avaliado, o usuário pode ter problemas como vazamentos, impressão borrada, superaquecimento e até perda da garantia da impressora”, diz a engenheira Silvia Calegari, especialista em manutenção de impressoras.
Além disso, o descarte incorreto desses insumos representa uma ameaça ambiental crescente. Empresas que comercializam produtos originais geralmente mantêm programas de logística reversa ou reciclagem, o que ainda é raro entre fabricantes de suprimentos paralelos.
Tendência: mais digital, mas ainda impresso
Mesmo com a crescente digitalização de processos, a impressão continua essencial para muitos setores. Documentos oficiais, contratos físicos, provas escolares, faturas e processos jurídicos ainda exigem cópias impressas. E, no ambiente doméstico, o cenário não é diferente: mães, professores, estudantes, freelancers e microempreendedores continuam imprimindo com frequência.
Por isso, o mercado de suprimentos de impressão não está em declínio, mas em adaptação. E o consumidor moderno, mais informado e criterioso, tende a buscar fornecedores que aliem praticidade, qualidade e responsabilidade.
A impressão, embora menos central na era digital, segue sendo uma peça importante da produtividade. E quem entende isso — seja fabricante, vendedor ou usuário — está um passo à frente na construção de um ambiente de trabalho mais eficiente, seja ele onde for.