Perseguido pelo exército, polícia e capturas, alvejado no dia anterior em troca de tiros com a captura chefiada por Orcírio dos Santos, morre 20 de maio de 1939, Silvino Jacques, bandoleiro gaúcho que por uma década atuou na fronteira Brasil-Paraguai e no Pantanal e foi alcunhado pela imprensa como “lampeão de Mato Grosso”.
O presidente Getúlio Vargas, de quem Silvino Jacques foi aliado na Revolução de 1932, recebeu do interventor federal em Mato Grosso, Julio Müller, a comunicação oficial de sua morte:
“Tenho a honra de comunicar a v. excia. que acabo de receber do delegado especial no sul do Estado os seguintes telegramas: “Comunico-vos Orcírio Santos, fazendo ontem reconhecimento do local do combate do dia 19, encontrou o cadáver de Silvino Jacques, uma periri, dois mosquetões, munição Mauser e cinco cavalos arriados. Capturas Orcírio e tenente Rodrigues encontraram breve triunfo, prosseguindo campanha contra restante do bando”. Outro telegrama: “O cadáver de Silvino Jacques foi encontrado numa rede, coberto de pivan, na costa do córrego Aurora, perto do local do combate, apresentando três ferimentos, nos quais tinham sido feitos curativos. Arreios e armas de Silvino seguem para Bela Vista. Determinei ida urgente do delegado de Bela Vista à sepultura de Silvino, afim de fazer exumação e reconhecimento, lavrando o competente auto. Cordiais saudações. -Manoel Bonifácio Nunes da Cunha, delegado especial no sul”.
DESARMAMENTO – Segundo a imprensa da época a “campanha contra Silvino Jacques iniciou-se, virtualmente, com a nomeação do general José Pessoa para o comando da 9a. Região Militar.
Conhecedor profundo da situação de pânico da população do Estado, com as populações permanentemente ameaçadas pelo flagelo, os lares atacados, as famílias inseguras, o comandante da região estabeleceu um programa de ação. O Exército sob o seu comando entraria na paz, num serviço de guerra sem tréguas aos perturbadores da segurança pública.
De início, o comandante da 9a. Região Militar estabeleceu um programa: era necessário desarmar completamente as populações civis que, desde 1922, eram servidas de armas do próprio Exército. Nas fazendas e residências particulares existiam armamentos para várias divisões de infantaria. E o pior é que esse mesmo armamento servia como garantia dos coiteiros do grande bandido, políticos que dele se utilizavam para as suas negregadas campanhas de morticínios”.
FONTE: O Jornal (RJ), 27 de maio de 1939.
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