Reclamando atraso em seus pagamentos, em 26 de abril 1913, ferroviários de Aquidauana, entram em greve, segundo nota publicada em jornal de Cuiabá:
“O pessoal da Noroeste declarou-se em greve hoje, não concorrendo ao serviço por falta de pagamento de seis meses de salários atrasados.
Os grevistas, em atitude pacífica, reclamam além dos salários atrasados, redução das horas de trabalho e morada gratuita nas casas construídas pela empresa.
Não correu trem de passageiros para Miranda.
Os grevistas tem tratado com toda deferência o engenheiro chefe, repelindo, porém, tentativas de conciliação, declarando só voltarem ao serviço depois de pagos os seis meses atrasados.
São gerais as simpatias aos grevistas, diante de sua justa e ordeira conduta”.
Apesar de justa e ordeira, por parte dos trabalhadores, houve extremada reação do comandante militar de Aquidauana ao movimento, conforme delata telegrama do advogado dos grevistas, Ries Coelho, em telegrama enviado ao jornal O Matto-Grosso, de Cuiabá:
“Por haverem recorrido ao meu patrocínio, requeri habeas-corpus a grande número de trabalhadores da Noroeste, violentamente presos na estação por não quererem trabalhar, logo após a chegada do trem de Miranda, pelo major Martins Pereira à frente da força do Exército, armada e embalada. Fui ameaçado mesmo pelo major em altas vozes, em frente ao hotel, perante muitos cidadãos, que já deram atestado por escrito, de que serei o primeiro a tomar bala, caso se der qualquer perturbação da ordem, aliás até agora não alterada, apesar das provocações.
Estão presos no quartel do Exército diversos trabalhadores, parecendo que não há autoridades civis ou que isto aqui é praça de guerra”.
FONTE: O Matto-Grosso, Cuiabá, 5 de maio de 1913.
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