Faleceu em Miranda, em 11 de abril de 1881, Francisco José Cardoso Guaporé¹, agente dos correios da vila, último cargo público que exerceu, tendo falecido com idade muito avançada, cujo tempo de vida foi calculado entre 120 e 150 anos, conforme comentário irônico e discriminatório do correspondente de um jornal de Corumbá e obituário publicado no mesmo jornal:
“Tenho sido mais que irregular na remessa de minhas missivas ao público, não por carência de matérias, como talvez possa acontecer n’outros pontos da província, mas sim pela falta de confiança nos portadores que de aqui seguem para essa cidade, bem como na agência do correio, contra a qual em vão tantas queixas e clamores levantam os prejudicados na remessa de suas correspondências. Longe estou de acusar o atual agente de corrupto, venal ou desidioso no cumprimento de seus deveres, mas sim pela sua decrepitude e imprestabilidade para qualquer função pública, pois que no século presente, de pronunciada degeneração da espécie humana, o homem de cento e cinquenta anos, como ele que há pouco festejou o seu natalício, de há muito não deverá pertencer ao rol dos vivos. Prescindindo porém de adiantar-me mais sobre o anti-diluviano Francisco José Cardoso Guaporé, permitir-me-á tratar de outros assuntos”.²
O mesmo jornal, por ocasião de se falecimento, dá a seguinte nota:
“Faleceu em Miranda o ancião Cardoso Guaporé, que exercia ali os cargos de coletor e agente do correio. Dizem-nos que contava mais de 120 anos de idade. Paz à sua alma”.³
FONTE: ¹A Província de Mato Grosso (Cuiabá), 15/07/1881, ²O Iniciador (Corumbá), 26/12/1880, ³Idem, 21/04/1881.
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