A AIPC (Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau) calcula que o setor pode perder pelo menos US$ 36 milhões, cerca de R$ 180 milhões, em 2025, se a tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre derivados de cacau for mantida. A taxa, definida por ordem executiva da Casa Branca na semana passada, passará a vigorar nesta quarta-feira, 6.
O mercado norte-americano é o segundo principal destino dos derivados brasileiros de cacau e responde por 18% das exportações do segmento.
Em 2024, os embarques para os EUA somaram US$ 72,7 milhões (R$ 363 milhões). No primeiro semestre de 2025, já alcançaram US$ 64,8 milhões (R$ 325 milhões), mais de 25% do total exportado no período.
A AIPC afirma que a sobretaxa adicional de 40%, somada aos 10% anunciados em abril, ameaça a estrutura produtiva nacional. “Isso porque a estrutura produtiva do setor depende da moagem das amêndoas, cujo subproduto principal é a manteiga de cacau – derivado fortemente demandado pelo mercado americano, que concentra praticamente 100% das exportações brasileiras desse item”.
Ociosidade da indústria
Sem o escoamento para o mercado norte-americano, as empresas ficarão impossibilitadas de manter a produção em pleno funcionamento, continua a entidade. Isso poderá ampliar significativamente a ociosidade industrial e comprometer empregos e investimentos nas regiões produtoras, especialmente na Bahia, no Pará e em São Paulo.
A cacauicultura brasileira é responsável por cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos.
Estimativas da AIPC apontam que a ociosidade média da indústria processadora pode saltar para 23,83%, podendo atingir até 37%, se considerados os dados consolidados de 2024.
“Esse cenário agrava a crise já enfrentada por um setor pressionado por quebras de safra e alta nos preços das amêndoas no mercado interno”, completa a associação. “A AIPC acredita no diálogo como caminho para a superação desse impasse e reforça seu compromisso com o trabalho técnico e propositivo junto aos governos do Brasil e dos Estados Unidos, em busca de soluções que preservem a previsibilidade, a sustentabilidade da cadeia produtiva e a geração de valor no agronegócio nacional”, finaliza.
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