Pular para o conteúdo
Brasil

Mulher que pichou estátua pede perdão e diz que agiu no calor do momento

Débora Rodrigues já recebeu dois votos para ser condenada a 14 anos de prisão; julgamento está paralisado
Agência Estado -
Foto: Gabriela Biló/Folhapress

A cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos pediu perdão em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) por ter pichado com batom a estátua “A Justiça”, localizada em frente a Corte durante o 8 de Janeiro. Ela relatou que agiu no “calor do momento” após um homem ter pedido a ela que terminasse de escrever a frase “Perdeu, mané” no monumento e que não sabia do valor simbólico e financeiro da estátua.

A cabeleireira prestou depoimento em novembro, mas o caso estava em sigilo até esta quarta-feira, 26, quando foi tornado público pelo ministro Alexandre de Moraes. Além da fala em vídeo, também foi disponibilizada a íntegra da carta enviada a Moraes na qual ela também pede perdão e diz sentir vergonha pelo ato.

Débora repudiou o vandalismo da manifestação e acrescentou que não invadiu os prédios do STF, do Congresso e o Palácio do Planalto. Em sua versão, ela disse que ficou na Praça dos Três Poderes para fotos do local porque nunca tinha ido a Brasília e achou o local muito bonito. Foi quando o homem, que ela não conseguiu identificar, teria aparecido e pedido ajuda.

“Eu fui por conta própria de ônibus quando eu me deparei com o movimento eu não fazia ideia do bem financeiro e simbólico daquela estátua. Quando eu estava lá, já tinha uma pessoa fazendo a pichação e faltou, talvez, um pouco de malícia da minha parte porque ele começou a escrita e falou assim: ‘eu tenho a letra muito feia, moça, você pode me ajudar a escrever?’ E aí eu continuei fazendo a escrita da frase dita pelo ministro Barroso”, disse a cabeleireira.

Ela declarou ainda que uma semana antes do episódio disse a seu filho que é ilegal escrever em muros. “Mas não sei o que aconteceu comigo naquele dado momento, pelo calor da situação, de cometer esse ato. Eu me arrependo muito, muitíssimo, e jamais faria isso. Em sã consciência jamais faria isso, o calor do momento alterou minhas faculdades mentais”, acrescentou.

A cabeleireira escreveu que foi à capital federal porque queria ser ouvida e obter mais explicações sobre “o resultado das eleições tão conturbadas de 2022”. Ela disse ter acreditado que a manifestação seria pacífica e que ficou chateada quando o “quebra-quebra” começou

Na segunda-feira, 24, Luiz Fux pediu vista e paralisou o julgamento de Débora. Moraes, relator do caso, e o ministro Flávio Dino votaram para que ela seja condenada a 14 anos de prisão em regime inicial fechado. Fux explicou nesta quarta-feira que quer mais tempo para analisar a dosimetria da pena sugerida a ela e indicou que pode propor uma redução.

“Nós julgamos sob violenta emoção após a verificação da tragédia do 8 de Janeiro. Eu fui ao meu ex-gabinete, que a ministra Rosa (Weber) era minha vice-presidente, e vi mesa queimada, papéis queimados. Mas eu acho que os juízes na sua vida têm sempre de refletir dos erros e dos acertos”, disse ele durante julgamento da admissibilidade da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Débora é acusada de ter praticado os crimes: associação criminosa armada; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.

Em nota à imprensa, a defesa da cabeleireira disse que o STF promove um julgamento “político e emocional” e conclamou que os ministros da Corte revejam as penas impostas a todos os réus pelos atos de 8 de Janeiro. “Diante disso, exigimos que o Supremo Tribunal Federal reveja urgentemente as condenações desproporcionais e que se respeite o princípio da proporcionalidade das penas, evitando decisões arbitrárias que ferem os direitos e garantias individuais, não somente de Débora, mas de todos os réus do 8 de Janeiro”, concluiu a nota da defesa.

Siga o Jornal Midiamax nas redes sociais

Você também pode acompanhar as últimas notícias e atualizações do Jornal Midiamax direto das redes sociais. Siga nossos perfis nas redes que você mais usa. 👇

É fácil! 😉 Clique no nome de qualquer uma das plataformas abaixo para nos encontrar:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, WhatsApp, Bluesky e Threads.

💬 Fique atualizado com o melhor do jornalismo local e participe das nossas coberturas!

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Acidente grave deixa vítimas presas às ferragens na Avenida Guaicurus, em Dourados

Dia de Luta Contra Hepatites: MS tem avanços, mas prevenção segue na direção do futuro

Servidor pede cassação de vereadora por acumúlo ilegal de cargos com salário de R$ 37 mil

Em decisão definitiva, STF mantém 15 famílias em apartamentos ocupados no São Jorge da Lagoa

Notícias mais lidas agora

mpms

Apagão de dados: MPMS atinge zero em transparência após aumentar benefícios do alto escalão

lula carne trump

Senadores nos EUA tentam articular conversa entre Lula e Trump sobre taxação: ‘Passou da hora’

Justiça inicia julgamento sobre contrato de R$ 59 milhões da Sejusp com empresa do Sigo

Lula sanciona lei que devolverá impostos de pequenos exportadores

Últimas Notícias

Sem Categoria

Eduardo Bolsonaro confessa trabalhar para que senadores não tenha êxito nos EUA

Para o filho do ex-presidente, missão “está fadada ao fracasso”

Política

Bolsonaro acompanha ‘adesivaço’ em Dourados contra Lula e Moraes

Bolsonaro está impedido de acessar as redes sociais e sair de casa após às 19h

Cotidiano

Manutenção de emergência atrasa voo para Campo Grande

Mais cedo, outro contratempo afetou voos com origem ou destino à capital sul-mato-grossense

Política

Representantes de empresários americanos vão endossar carta para sensibilizar Trump sobre tarifaço

Texto deve solicitar a prorrogação do prazo para o início da cobrança das sobretaxas