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Brasil

Ex-diretor da PRF admite operações de fiscalização nas estradas em 2022, mas nega viés político

Relatório do TRE-RN aponta indícios de que as fiscalizações tenham atrasado a chegada de eleitores aos locais de votação
Agência Estado -
(Foto: Luciana Nassar / Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul)

O ex-diretor de Operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Djairlon Henrique Moura disse ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (27), que as operações do grupo no dia do segundo turno da eleição presidencial, em outubro de 2022, ocorreram para verificar a condição dos carros e dos transportadores, mas não impediram o fluxo de veículos de transporte durante a data.

Djairlon também confirmou a existência de uma operação da PRF para monitorar o transporte de pessoas da região Centro-Oeste e Sudeste para o Nordeste nos dias antes da eleição, mas negou que houve um direcionamento para afetar eleitores nordestinos.

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Ele minimizou o impacto das operações do dia 31 de outubro de 2022. “Mais de 60% dos veículos fiscalizados não demoraram mais que 15 minutos para liberá-los”, disse. Segundo ele, o foco era verificar “as condições do veículo e do condutor”.

A audiência desta terça-feira faz parte da ação penal contra o chamado “núcleo crucial” da tentativa de de Estado, composta pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus. Todos os ouvidos são testemunhas do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

O ex-diretor da PRF confirmou ter participado de uma reunião no dia 19 de outubro de 2022, em que, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), foi tratado de um “policiamento direcionado” que seria executado no segundo turno.

A denúncia traz uma conversa em um grupo de WhatsApp em que a ex-diretora de inteligência de Ministério da Justiça Marília de Alencar afirma que, nessa reunião, Anderson Torres foi “isento p… nenhuma” e “meteu logo um 22”, em referência ao número de urna de Jair Bolsonaro. Djairlon negou a existência de um policiamento direcionado ou de alguma manifestação parcial do ex-ministro.

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Antes da oitiva, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, contestou o depoimento, já que o próprio Djairlon é indiciado em inquérito que investiga as blitze ocorridas no dia do segundo turno.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, lembrou por três vezes durante a audiência que o testemunho do ex-diretor da PRF sobre esse episódio não teria valor, já que ele poderia mentir na condição de investigado.

Gonet também contestou a participação de Caio Rodrigo Pelim, que foi diretor de Combate ao da Polícia Federal na reta final do governo Bolsonaro.

Segundo o procurador-geral, ele é investigado nesse mesmo inquérito. Pelim e a defesa de Torres se disseram “surpresos” por não saberem disso.

Pelim, assim como Djairlon, participou da reunião do dia 19 de outubro de 2022 e disse que “pelo que presenciou” não houve policiamento algum direcionado ou teor político naquela reunião.

Um relatório produzido pelo TRE-RN (Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte) e encaminhado à PF (Polícia Federal) aponta indícios de que as blitze feitas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) no segundo turno das eleições presidenciais podem ter atrasado a chegada dos eleitores aos locais de votação.

Na época, Silvinei Vasques, aliado de Bolsonaro, estava à frente da instituição e as operações se concentraram principalmente no Nordeste, região em que Luiz Inácio Lula da Silva costuma ter maior votação. Vasques foi preso preventivamente em agosto de 2023, em decorrência da investigação, e foi solto depois de um ano, com a obrigação de usar tornozeleira eletrônica.

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