Nas últimas semanas, um assunto pouco comentado fora dos consultórios ganhou os holofotes das redes sociais: a diástase retoabdominal. Após a ex-BBB e influencer Viih Tube publicar “vai embora, diástase do cão” em suas redes sociais, a busca pelo termo disparou.
O desabafo da influenciadora, que está no puerpério da segunda filha, levantou um alerta sobre uma condição que afeta muitas mulheres no pós-parto. Mas afinal, o que é diástase?
Diástase retoabdominal é o afastamento dos músculos abdominais, que ocorre naturalmente durante a gestação, para acomodar o crescimento do bebê. O problema é quando essa separação persiste no pós-parto e traz consequências físicas e emocionais para as mulheres.
“A diástase pode causar volume abdominal persistente, gerando desconforto com o próprio corpo, afetando a autoestima e trazendo frustração”, explica Flávia Freitas, fisioterapeuta com atuação na saúde da mulher. “Mas vai além da estética: pode provocar dores na lombar, disfunções pélvicas e comprometer a postura”.
Membro da Comissão Nacional Especializada em Obstetrícia, da Febrasgo, Nadia Stella Viegas dos Reis, destaca que a diástase é comum: “Até 60% das mulheres podem apresentar algum grau de separação muscular até oito semanas após o parto.”
Segundo Nadia, o diagnóstico é clínico e feito com o toque da região abdominal. Em alguns casos, exames de imagem podem ajudar a identificar a gravidade.
DIFERENTES TIPOS DE DIÁSTASE

Assim, a separação dos músculos retoabdominais pode ser classificada conforme a distância entre eles:
- Pequena: até 3 cm;
- Moderada: entre 3 cm e 5 cm;
- Severa: acima de 5 cm.
Mesmo as separações menores podem ser visíveis ou incômodas no dia a dia. Já os casos severos podem ser mais difíceis de reverter, apenas com cirurgia, exigindo atenção redobrada.
Especialista alerta para avaliação antes de treinos
Uma das principais falhas no pós-parto, segundo Flávia, é retomar os exercícios físicos sem uma avaliação especializada, o que pode até mesmo agravar o quadro.
“Muitas mulheres fazem abdominais achando que estão ajudando. Mas, sem orientação, podem piorar o quadro”. Assim, segundo a profissional, o ideal é buscar um profissional capacitado para avaliar o abdômen e o assoalho pélvico antes de retomar atividades físicas.
A boa notícia é que há tratamento. “Com exercícios adequados e acompanhamento fisioterapêutico, é possível fortalecer a parede abdominal e recuperar a função muscular”, afirma Nadia. Em casos mais graves, quando há prejuízo funcional significativo ou hérnias, pode ser indicada cirurgia corretiva.
Prevenção
Segundo Flávia, cuidar do abdômen durante a gestação é uma forma eficaz de evitar que a diástase se torne um problema no pós-parto. “Com exercícios adaptados, correções posturais e orientações no dia a dia, é possível manter o abdômen funcional e forte. O acompanhamento especializado é essencial.”
Embora tenha viralizado como “diástase do cão”, a condição é real, séria e merece atenção. Mais do que um incômodo estético, ela é uma questão de saúde e bem-estar para quem está no delicado período do puerpério.
(Com supervisão de Guilherme Cavalcante)
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